quinta-feira, 9 de setembro de 2010

“Quem tem medo do Curupira?”, um folclore tipicamente maranhense


Está em cartaz no Teatro do SESI, em São Paulo, na Avenida Paulista, a peça “Quem tem medo do Curupira?”, um resgate ao folclore à moda maranhense, onde Zeca Baleiro estréia como autor. Os personagens menos falados do folclore voltam à cidade para aterrorizar os moradores, com muita música e batucada, e o melhor de tudo é que o espetáculo é gratuito.

Caipora, Iara, Saci, Boitatá e o destemido Curupira notam o esquecimento do povo da cidade pelo folclore, percebem que as pessoas podem já não sentir mais medo destes personagens e resolvem ir para a cidade assustar os habitantes. Cada um segue um rumo diferente, passam pela história ainda um pé de jacarandá que foge da cidade, um lenhador e um irreverente índio pop. Toda a peça veleja por músicas que ressaltam a percussão maranhense e as letras compostas por Zeca Baleiro, que estréia como autor maravilhosamente bem, claro que com algumas retificações de direção a serem feitas, porém nada que retire um mérito literário das mãos de Zeca.

A atuação de cada ator é tipicamente pueril, faz qualquer adulto tornar-se criança como espectador, a dicção, as expressões e os movimentos corporais fazem como se cada personagem se destacasse de um livro de histórias, porém com um tom bem contemporâneo, algo que sempre incentivo aos autores, inserir os temas atuais aos roteiros. A musicalidade proposta por Zeca é ótima, cada ator encaixa sua voz num tom doce, ou grave como o Curupira, que vem numa versão roqueira. Daniel Infantini, Danilo Grangheia, Flávio Rodrigues, José Renato Mangaio, Lavínia Lorenzon e Thais Pimpão formam um elenco jovem, que faz bonito em cena. Os movimentos no palco são acompanhados pelos batuques da percussão e o rústico de cada personagem.

A iluminação está muito bem desenhada, trabalho de Wagner Pinto, que leva cores de floresta, de cidade, e trabalha bem com a multimídia da peça, onde são projetados vídeos em telas que levam escapamentos pregados, transparecendo uma cidade e sua poluição, cenografia de Duda Arruk, que permite que a luz permeie pelos poros do fundo do cenário lançando feixes entre os personagens, a fumaça e todas as cores de luz fazem um palco impecável e futurista, deixando a história ainda mais contemporânea. Os figurinos de Isabela Torres e Edson Fraga são bem retalhados e costurados, aproveitados apetrechos de vestes cotidianas, bem como botas e meias, ornando com uma diversidade de cores fazem que os personagens sejam descritos de uma forma diferente do que se conhece nas histórias, o curupira não é verde, nem tem aqueles cabelos vermelhos esvoaçados, assim como a calda da Iara não existe, e o Boitatá também não remete logo a uma cobra, porém toda a fantasia que os atores vestem aproximam ainda mais o público a uma nova realidade, fazem que cada um de nós note o distanciamento do folclore e insere o roteiro realmente numa vinda recente destas histórias para a cidade.

O musical propõe uma viagem ao nordeste, com o som tipicamente soado no palco, a percussão é ao vivo, num carrinho que é movimentado para os dois lados do palco. A história ganha ainda mais vida e ânimo, o público interage com palmas e a melodia das canções ganha ainda mais entusiasmo. A direção musical é de Zeca Baleiro, que participa com uma projeção multimídia, cantando um rap, e de Érico Theobaldo. Neste dia, o qual assisti ao espetáculo, o microfone do Curupira, que é posicionado entre a testa e os cabelos, falhou, este não é um dos melhores microfones para personagens que exigem muitos movimentos, ainda mais quando maquiados e vestindo chapéus, ou perucas, pois o suor interfere nos poros do fone, assim os microfones dos outros atores tiveram que ter o volume reduzido para não destoar o som.

Débora Dubois assina a direção do espetáculo, aplicando uma boa desenvoltura artística e respeitando a particularidade de cada personagem dentro do folclore, porém a Iara está um tanto sensual demais, mesmo na pele de uma ótima atriz, acredito que a cena em que ela da um beijo poderia ser substituída por um beijo na testa, ou na bochecha, e não na boca, visto que a plateia recebe crianças. O espetáculo é recomendado para maiores de 10 anos, por conter gírias e uma insinuação do uso de drogas, claro que tudo trabalhado com total leveza e preocupação. A assistência de direção fica por conta de Elidia Novaes, coreografias de Deise Alves e Letícia Doretto e produção de Cenne Gots.

O espetáculo “Quem tem medo do Curupira?” fica em cartaz no Teatro do SESI, na Avenida Paulista, em São Paulo, até o dia 12 de dezembro, de sábado e domingo às 16h, e de quintas e sextas-feiras às 11h com reservas para escolas. A peça é gratuita, os ingressos devem ser retirados uma hora antes do espetáculo na bilheteria do SESI.

11 comentários:

  1. Peça fantastica, assisti e recomendo!!!
    Alguem sabe onde consigo a trilha sonora da peça ?
    Se alguem souber... por favor !!!
    Thiagowski@gmail.com

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  2. a, assisti hoje a peça...E voltarei com certeza. É muito legal, os atores as musicas a tecnologia do cenário, a iluminação, TUDO TUDO. Eu ri bastante, principalmente com o "indio" e a perna de presente do Saci UAHUAHAOH...Parabens a eles pela atuação, muito contagiante!

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  3. NOOOOSSA, fui assistir nesta quinta feira com o pessoal do meu curso (teatro, dança popular, capoeira e percursão corporal).. boom demaaaais. AMEI!
    Me encante pela peça, a força com que vocês passam este ' recadinho ' é perfeita, está tudo muito óyima na minha opinião e dos meus colegas, ri demaaaais, e estamos marcando para irmos de novo e levarmos quem não foi e quem foi e adorou..
    Parabéns à todos que participaram da criação e realização desta viagem maravilhosa que foi assistir a esta peça..

    AMEEEEEEEEEEI, Parabéns ..
    se algum dos atores ou coisas do tipo quiserem me adicionar, será um prazer: daninegashow@hotmail.com, mas por favor se identifiquem. (: Beeijão!

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  4. REALMENTE SURPREENDEU A PEÇA... RECOMENDO A TODOS...

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  5. assisti neste domingo, 14, e amei, estão todos de parabéns.

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  6. eu assisti e eu adorei é muito legal e divertidoe bastante engraçado.
    eu assisti hoje 03/12/2010.

    todos estão de parabéns!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  7. Oii,ja assisti duas vezes e Ameiiiiii.a ENERGIA É MUITO BOA E CONTAGIA A TODOS PRESENTE!VOCÊS ESTÃO DE PARABÉNS.MUITO SUSSESO.TAMBEM GOSTARIA DE ADIQUIRIR O CD COM A TRILHA SONORA LINDAS MUSICAS BJS..........

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  8. assisti essa peça e ela é inesquecivel!

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  9. AMEIIIIIIIIIII tudooooooooooooooooo perfeito to querendo ir novamente...demaissssssssssssssss

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  10. E maravilhoso a peça eu assistir 4 vezes e a ultima apresentação, parabens para todos da equipe, para a diretora e para p Zeca Baleiro. e 10, não, é 100000

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  11. Eu assisti a última apresentação da peça com meus amigos da faculdade...EXCELENTE!!!
    Parabéns a toda equipe!

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