sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

São Paulo ranzinza contra os blocos de rua

Bloco Kolombolo, na Vila Madalena. Foto: DivulgaçãoO acinzentamento da capital paulista não está restrito à aparência das fachadas. São Paulo parece estar mesmo ranzinza. Uma matéria publicada ontem (19) pela Carta Capital rebate a mídia que vem dando destaque às críticas ao carnaval de rua em São Paulo.  O texto chama de "ideias de atraso" o resumo que a grande mídia deu a respeito dos blocos, destacando os bêbados e os "mijões", na Vila Madalena. Eu fui até a Vila Madalena e o que encontrei foram bêbados e mijões! Infelizmente, o manejo calamitoso das secretarias de cultura, das autoridades e daqueles que "investem" em cultura dividiu a população paulista em ranzinzas e em "extrapolões".
Não é culpa dos reclamões de reclamar. Como não é culpa dos bêbados e mijões, beber e urinar por ai! As situações foram dirigidas desordenadamente e chegaram nesse ponto. Para tudo há uma discussão, uma polêmica, e o carnaval não ficaria fora disso. Ninguém quer acordar e encontrar suas janelas depredadas e a porta fedendo a urina. Pois é, isso está acontecendo na Vila Madalena. A Carta Capital diz que no centro não houve uma concentração de reclamações a esse respeito, como aconteceu na Vila Madalena. Ora, é óbvio... o centro fede de natureza. Além disso, parece ser cada vez mais uma área de risco.
A publicação da Carta Capital é muito boa, mas é meio tendenciosa. Há uma superproteção ao governo Haddad, atual prefeito de São Paulo. Haddad, aquele que pinta todas as avenidas e dá o nome disso de ciclovia! Haddad gosta de fazer o povo se divertir, mas não sabe planejar nada disso. No Rio de Janeiro os blocos funcionam melhor, mas, ainda assim, foram registradas imagens de uma galera pulando no teto de banheiros químicos. Seriam bêbados tentando entrar pelo lado errado? O fato é: São Paulo precisa entrar nesses eventos com melhores condições de organização... e não usá-los como teste para melhorar os próximos. Até porque, nada aqui parece evoluir.
É muito bom que o carnaval continue pintando pelas ruas da cidade, ninguém paga para se divertir. Diferente do que acontece no "carnaval de rua" de Salvador e nos sambódromos das grandes cidades. O carnaval, esse dos blocos de rua, é para o povo. E o povo foi severamente deseducado pelos governos. Kassab, nem Serra autorizaram os blocos de rua em suas gestões. A atual gestão abriu as pernas para isso, mas esqueceu de usar camisinha. Aliás, essa é outra questão. Carnaval e sexo são parentes em toda conversa... você sai hoje em um bloco, desses bem aglomerados, e recebe mil propostas de sexo e beijo! A turma mais velha vai querer comparar ao seu tempo, em que lança-perfume era usado pra ser lançado, e realmente São Paulo vai começar a ficar mais careta.
Uma observação feita pela Carta Capital é de que os blocos concentrados na Vila Madalena estão recebendo diversas reclamações de um publico mais conservador e dos mais abastados. Mas que, os bailes funk, que são considerados movimentos culturais e acontecem pelas ruas em periferias, não são sequer questionados. Engano! Esses bailes são muito questionados sim, não por serem de funk, mas por perdurarem a noite inteira, reunir arsenais, drogas e orgias nas portas de casas. Isso está bem errado! Não podemos confundir as coisas... cultura e isso são oposições grosseiras. Claro, a mídia vira as costas para isso.
De fato a população paulistana está ficando cada vez mais ranzinza, e uma parte dela mais ousada. O ranzinza quer sua porta limpa e silêncio, enquanto o mais ousado quer liberdade! Mas, o ranzinza é muito carola, e o ousado é muito libertino. Sem um meio termo uma hora teremos o fim do que acabou de começar, ou esse começo será a introdução de um inferno na Terra!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Senta lá, Claudia... Leitte!

Cláudia Leitte. Foto: Igor Gonçalves
O lendário bordão de Xuxa Meneghel pode ser facilmente encaixado nesta ocasião... em que, Claudia, a do Leitte coalhado, poderia ter ido sentadinha em um carro alegórico na Marquês de Sapucaí, ao invés de fazer um papelão como rainha de bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel. A cantora, título que insistem em dar a ela, exagerou na dose e achou que estava sambando. Foram cenas de dar dó! Enquanto isso, em Salvador, Anitta e alguns MCs, tomavam conta dos trios elétricos. Voltando à Sapucaí, a Beija-Flor adentra a avenida com um enredo patrocinado por sua homenageada, uma nação sob regime ditatorial.

Claudia Leitte, aquela que insiste em se enfiar em tudo, no estilo Preta Gil, não para de cometer gafes. Com uma fantasia confusa, típica de um personagem dos mangás, ela mostrou o quanto não sabe sambar e nem deveria estar ali. Aliás, é ridículo que as escolas de samba enfiem artistas à frente de suas baterias, enquanto a comunidade rala duro durante o ano! A cultura entrelaçada ao carnaval está cada vez mais deplorável. É caro desfilar numa escola de samba e isso foge à cultura. Dinheiro e muita mutreta estão por trás da suntuosidade que embeleza as telas da Globo no carnaval.

Voltando à Claudia Leitte! Que insisto: deveria estar sentada num carro alegórico, seria muito menos feio! Ela fazia olhares debochados, forçados, movimentos esquisitos, quase epiléticos. A bateria é uma parte fundamental na escola de samba e na história do ritmo. Mas, já está virando palhaçada. Nem Susana Vieira, nem Claudia Leitte! Susana estava à frente da bateria da Grande Rio.

Foi patético ver a Anitta num trio elétrico, como foi patético ter que aturar a Claudia no carnaval do Rio. É o fim, sim! Chato demais essa miscigenação que teimam em achar bonito. Não é legal colocar o que não é rock no Rock’in Rio, como não é legal colocar a Claudia Leitte em canto nenhum. Imagine como jurada musical no The Voice!

Outro bafafá foi a vitória da Beija-Flor de Nilópolis no carnaval carioca. A mídia levantou a suspeita de que a escola teria recebido R$ 10 milhões do governo de Guiné Equatorial, país sob regime ditatorial e que a escola levou para a avenida. Desde sempre existem os patrocínios. Esmiuçar isso agora como se fosse uma novidade é coisa chata! Mas, independente do valor do patrocínio que a escola recebeu, de um país ditatorial, não é uma notícia agradável. A Guiné Equatorial é um país com fortes contrastes de pobreza.

Comissão de Frente da Beija-Flor: Foto: Igor Gonçalves

Aos olhos do público e das mídias que premiam escolas de samba, a Beija-Flor não seria a campeã!

Camarotes e abadás caríssimos para levar urinada nos pés, em Salvador. Camarotes abarrotados de famosos e subcelebridades, no Rio e em São Paulo. Uma avenida luxuosa, cheia de patrocínios, nas capitais mais caras do Brasil. No meio dela, um negócio dourado se movendo... era a Claudia Leitte!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Usuários enfrentam dificuldades para comprar ingressos no site do Sesc e filas enormes em unidades


Fãs ou não, quem quer comprar ingressos para os shows promovidos pelo Sesc São Paulo têm que enfrentar aquela aflição para conseguir os bilhetes pela internet. Desde que o Sesc passou a disponibilizar uma cota dos ingressos para venda em seu portal, usuários vêm enfrentando problemas na hora da compra. Eu também já testei e fiquei bastante irritado! O sistema cai o tempo todo, impossibilita o usuário de finalizar a compra e até mesmo de demarcar os assentos, mesmo estando na tela de marcação. Evidência de sobrecarga, mas também de ineficiência e desrespeito.

Foto: Reprodução

Quando você sabe que não caberá um litro de água em um copo de 250ml, você substitui por uma jarra! É uma solução simples, difícil de entender para os engenheiros do site do Sesc. O problema para acessar a compra de ingressos também acontece em outros portais de tickets, mas com uma frequência muito mais baixa. O Ingresso Rápido já oferece uma plataforma muito mais incrementada, assim como o Tickets For Fun, que entende a alta demanda. O Sesc ainda engatinha nisso.

Os espetáculos promovidos pela instituição são selecionados com um rigor de qualidade indiscutível e apresentados em teatros impecáveis, em suas unidades, com preços muito acessíveis. Mas, falta respeito na hora de vender as entradas para esses eventos. Ontem (17) era para ser disponibilizada a venda de ingressos para o recital de Maria Bethânia, no Sesc Pinheiros, às 19h, mas isso não aconteceu. "Tentei comprar meu ingresso e aparecia uma mensagem de que caso houvesse alguma desistência de compra eu poderia prosseguir. Ficava atualizando de 10 em 10 segundos e não abria a página. Depois sumia a programação de shows e eu era encaminhada para a página do Sesc Turismo", conta a usuária Grace Gomes.

Foto: Reprodução

Comigo a experiência da compra foi um transtorno, o mesmo que enfrentei quando tentei adquirir ingressos para o show de Gal Costa, na mesma unidade, em Janeiro. Na hora marcada para o início das vendas o site já começa a apresentar erros de acesso e pede para que o usuário aguarde até ser encaminhado para a escolha de assentos. Neste ambiente de escolha já torna-se impossível marcar a poltrona, pois novamente o site fica em atualização. Quando você vai marcar o local ele já aparece indisponível. Outro problema é quando você finalmente consegue marcar os assentos, mas não consegue finalizar a compra. São disponibilizados dois ingressos por pessoa, mas, quando é possível, você não consegue marcar mais de um assento. No mesmo dia, a venda para ingressos do show de Nando Reis apresentou problemas e foi remarcada para hoje (18). Tentei por dois navegadores, o Safari, em um Apple, e no Chrome, em um Windows.

Foto: Reprodução

A cota de ingressos disponível para venda online é bastante reduzida, muito assentos já estão bloqueados, mas podem ser comprados nas unidades do Sesc no dia anunciado para início. Esta é a segunda etapa dos problemas, as filas são quilométricas e os ingressos esgotam rapidamente. A internet pode ajudar a diminuir as filas, mas a instituição ainda não aprendeu a manipular o sistema.

Por volta das 23h de ontem os ingressos voltaram a ser vendidos pela internet, porém não houve qualquer anúncio no site, apenas uma frase de que a comercialização estava indisponível no site e que o usuário procurasse uma unidade do Sesc para compra. Ãhmm? Ainda com as vendas de volta, o site continuava com sérios problemas, os mesmos, que impossibilitavam a compra. "Na semana passada tentei comprar para assistir o Marcelo Jeneci e o mapa de assentos não aparecia. A justificativa deles é que o site fica congestionado", relata Dani Nel.

Foto: Reprodução

Hoje o site informa que os ingressos para o recital de Maria Bethânia estão esgotados na web. E pede ao usuário para ir até uma unidade do Sesc, onde as vendas serão disponibilizadas a partir de amanhã (19). Boa sorte na fila!

Procurei a assessoria do Sesc Pinheiros, ontem a noite, por volta das 20h. Conforme orientado, encaminhei um e-mail solicitando um esclarecimento. Até a postagem dessa matéria não recebemos nenhum retorno.

Isso nos leva a crer que o consumidor, mesmo que com uma instituição que oferece ótimas oportunidades, como o Sesc, continuará, neste país, a ser deixado para depois!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Despeito, Ed Motta?

Às voltas com o convite feito pela Nivea, em colocar Criolo e Ivete Sangalo para fazer uma turnê em homenagem a Tim Maia, Ed Motta, sobrinho do cantor, criticou nas redes sociais: "vontade de vomitar, que coisa PODRE..." Seria despeito? Claro que não, Ed sabe da genialidade do tio e sempre exaltou isso. Mas, com certeza, sabe que jamais poderia interpretar, mesmo que a seu modo, uma memorável homenagem ao Síndico. Agora... fazer um comentário besta, contrário a junção de Criolo e Ivete, é coisa de gente pequena! E não de quem quer valorizar a música.
Foto: Divulgação

Não é segredo de que a relação entre Tim e Ed não era nada boa. Desde a década de 90 que os dois não se cruzam, apesar do parentesco. Tim deu entrevistas e declarações negativas ao sobrinho. Ed sempre rebateu com elogios a ele, considerado um dos maiores nomes da música brasileira, e é!

Eu reconheço que não consigo parar para ouvir Ed Motta, acho uma música pouco especulada, a não ser pela exacerbação de "berrinhos" e inserções para "encher linguiça". Firulas. Quem seria ele para criticar a homenagem?

Sobre a homenagem não me resta dúvidas de que pode ser sim uma furada! Mas, acho que a furada não deveria ser anunciada pelo Ed. Quando a Nívea realizou a homenagem ao Tom Jobim, com Vanessa da Matta, achei de um péssimo gosto. A cantora desceu bem a ladeira nas interpretações, coisa que tem feito ultimamente com suas próprias canções. Enfim... Não há dúvidas também de que a empresa de cosméticos quer mesmo é que seu nome fique no hall da cultura, toda empresa investe para ter retorno. Ninguém, infelizmente, pensa em como é bonito fazer coisas do tipo. O que eles querem é publicidade!

Ed declarou que teria recebido um convite da Nívea para fazer um projeto com músicas de Tim Maia, mas declinou. Ele declarou nas redes sociais: "a grana era incompatível com meu desprazer em fazer isso... Pra mim a música do Tim Maia é intocável, fica bom mesmo é com ele, é preciso honestidade e vergonha na cara para admitir isso..."

A Folha de S. Paulo procurou a empresa de cosméticos que rebateu dizendo não ter convidado Ed Motta para a turnê. Por meio de sua empresária o cantor declarou que o convite teria sido feito para um projeto de gravação de CD com canções do tio.

Ele deveria ter sido mais claro no post! Acabou parecendo moleque com despeito, aqueles que tudo postam nas redes sociais, sem medir as consequências!

Vou torcer para que Ivete e Criolo surpreendam o Ed, e a nós. Não será fácil, mas pode ser bom! Musicas não podem ser intocáveis, jamais. O artista que quer imortalizar a música e restringi-la ao seu criador é um coitado!