Eis o nome da peça... àquela que fui convidado para dirigir! "Se eu morresse amanhã". Achei o título apropriado, pelo amplo contexto que ele comporta. O texto, que tirei de alguns delírios psicológicos nas altas madrugadas, é um tropeço poético na poesia de Fernando Pessoa. Fala de vida, não apenas da morte. Amor, fé, loucura e tempo... é o que a gente fala.
Quanto tempo tem a vida de cada um de nós? O que será que nos reserva nos suspiros finais? E será que eles podem ser previsíveis? Dá pra viver na impossibilidade? Dá pra ter fé quando até ela nos desafia? Como é que se pode crer no amor, quando há apenas a presença da ausência? Estar louco é o mesmo que estar só? Esquecer-se de quem somos é um conforto de personalidade, ou um confronto de personalidade? São essas algumas das milhares de questões que começam a brotar acerca do texto, apenas nos primeiros dias de leitura!
O texto nasceu num rompante de inspiração, veio pronto e desceu feito uma entidade bem resolvida de seu paradeiro. Ao final, senti aquela insegurança, que agora verteu-se em frio na barriga. Recebi o convite para dirigir o próprio texto e aceitei encarando como se eu pudesse criar o próprio filho, dar-lhe o norte desejado na gestação.
Começamos as leituras, já escolhemos os três atores. Duas mulheres e um homem. Não trata-se de um triângulo amoroso, nem de uma missa, nem de um conto cheio de moralismos. Trata-se de uma prosa que paira entre o real, o sobrenatural, ou o presente e o passado, ou aquilo que você quiser entender! Trata-se de uma história entregue ao público. O real e o imaginário andam de mãos dadas conosco, e vão para o teatro.
Se você morresse amanhã faria o que hoje?! Criaria um mundo imediato de ilusão? Amaria mais? Dormiria o dia inteiro? Choraria? Ou simplesmente anteciparia o evento?
Estamos reunindo os apoiadores e logo direi quem são os personagens, onde estrearemos, para onde iremos e detalhes dos bastidores!
Se eu morresse amanhã....