quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

“O Quebra-Nozes”, em cartaz a prata da casa da Cia. Cisne Negro


A tradicional companhia de dança Cisne Negro estreou no dia 8, para convidados, e dia 9 de dezembro para o público geral, o clássico do balé, “O Quebra-Nozes”, espetáculo natalino que conta a história de uma jovem apaixonada por seu brinquedo. Com números de deixar qualquer queixo caído Hulda Bittencourt comanda a direção artística da apresentação, que já marca as folinhas da Cisne Negro há 27 anos. Desta vez, em cartaz no Teatro Alfa, em São Paulo, cenário e figurino brilham com nobreza junto aos passos de dança.

O Quebra-Nozes é um dos balés mais tradicionais que existem no mundo, Tchaikovsky compôs toda a sonoridade clássica do espetáculo diretamente ligado ao romantismo. Clara, na noite de natal, ganha do padrinho Drosselmeyer um boneco soldado quebra-nozes, que dentre tantos brinquedos acaba sendo o mais querido. Quando esteve sozinha na sala, Clara adormeceu e com a ajuda do mago e padrinho seu boneco ganhou vida num sonho, aventuras e magia passam a fazer parte da história, partindo de um carinho adoçado no espetáculo. As cenas dividem-se em três, nos dois atos do espetáculo, a grande parte da beleza das execuções do balé ficam no segundo ato, no Reino dos Doces, onde a fada açucarada derrama lindos passos e perfeição. Neste cenário é encenado o sonho que viaja por várias nações, e o figurino dá um banho de elegância.

O balé tem a grande responsabilidade de contar uma história sem falas, com a música motivando os passos a deslizarem pelo palco. Assim a companhia Cisne Negro deu nas mãos de 120 artistas, sob os ensaios de Dany Bittencourt e toda disciplina artística de Hulda Bittencourt, uma das mais belas histórias musicais e dançantes do mundo, nascido em Moscou, na Rússia, as características do roteiro se mantêm preservadas, do alto do teatro nasce um anjinho lavando-nos na plateia com uma neve cenográfica, arrepiando nosso corpo e brilhando os olhos de todos que sentem-se parte do espetáculo. A fada açucarada ainda me vem à mente quando busco os grandes destaques do “Quebra-Nozes”, o pas-de-deux coloca os bailarinos como um príncipe e princesa na ponta dos pés elevando-se ao mais alto nível da dança.

Os solistas que executam lindos passos de balé revezam experiência e cavalheirismo à dança, respeito à história do roteiro e à disciplina que requer a apresentação. O semblante de todos revela alegria, leveza e uma grande diversão ao dividirem o palco com grandes artistas, pois todos são grandes artistas. Alguma coisa no tempo errado, na entrada correta de luz, descompassou um trecho da cena em que um bailarino desce ao palco, porém qualquer deslize torna-se fácil de contornar quando falamos de apreço ao balé, é o que se pode notar que há em cada ator e bailarino convidado. Anna Scherbakova e Dmitry Kotermin são os solistas e fazem parte do Russian State Ballet, de Moscou. O tom teatral do roteiro ganha vivacidade com os atores convidados, dentre eles Felipe Carvalhido, que atua no papel de Drosselmeyer, esbanjando o tom misterioso de seu personagem e toda capacidade artística de misturar-se a bailarinos, assim como ele, envaidecendo o espetáculo.

Há 27 anos o balé é apresentado e a cada ano reserva a atenção do público a esta adaptação perfeitamente adequada ao balé. Até o dia 19 de dezembro “O Quebra-Nozes”, pela Companhia Cisne Negro, estará em cartaz no Teatro Alfa, em São Paulo, de segunda à quinta, 21h. Sexta, 21:30. Sábados, 17h e 21h e aos Domingos, 16h e 19h. Os ingressos custam entre R$ 60,0 e R$ 90,0.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

“Eduardo Martini”, a comédia de fato, num cartaz infinito


Um ator que nasceu há 50 anos comemora além de anos, o nascimento em carreira. Ele, sem dúvidas, estrelou nos palcos com o intuito de rir e nos fazer rir. É difícil resumir alguém em admirações, mas fica fácil escrevê-lo em crítica, já que não é algo imparcial, é uma visão, um sabor daquilo que se degustou. Não que eu o tenha degustado, mas já tive em minha boca o reflexo do sorriso deste humorista nato, e já deixei meus olhos falarem por sua emoção. Não foram só comédias, também houve dramas, tanto em pessoa, quanto no palco. Carlos Eduardo Porta Martini facilitou-nos chamar-lhe no teatro como Eduardo Martini, o ator que fez-me conhecer a profissão de criticar por puro prazer à arte, a mesma que o move o sangue nas veias, dando-lhe a vida para o teatro.

É notória a presença dos feixes de luz no palco redesenhando um semblante concentrado, seguindo sobre o linóleo seus passos artísticos que revelam a experiência do ator no palco. E eu falo de vários personagens juntos, pois vê-se um personagem e lembramos até daqueles que nem vimos, mas que faz sentir saudades mesmo assim. A direção é impecável, é própria, algumas foram de outros, mas que uma tarefa tão difícil foi arriscada com facilidade ao aplicar num grande ator. A trilha sonora é tão bonita que talvez eu tenha que ouvir mais vezes para escrever com maior propriedade, as notas são peculiares e o arranjo infinito de tão profundo, a música vai ampliando-se na plateia e impulsa nossas mãos para aplausos vibrantes. O cenário límpido, revisa uma vida detalhada pela família, pelos amigos, pelos profissionais que estiveram ao seu lado. Imagino que nem todo mundo lhe estendeu tapete, não que ele seja um rei, mas caminha até a côrte da arte, onde o teatro está no trono que ele, em volta, nasceu como plebeu.

Dê-lhe um palco, que fará a cena! Ilumine a cena, que ele fará o palco! As expressões releem o texto de maneira incrível e o corpo o revisa. A leitura que os olhos fazem da comédia explicam toda sagacidade artística que o ator empresta aos personagens. Foi vendo a Neide que resolvi assistir todos os outros e fui ainda mais crítico a outras comédias, alguns textos arruinados eu mesmo falei, mas de seus textos ainda não sobraram escombros, porque todos estão de pé e reformados. O Eduardo respeita o teatro e por ele é respeitado, quando lhe faltam respeito é hora de abandonar a arte, porque não sabe fazê-la, pois o primeiro que eu souber que distribuiu falsas estrelas, ou desmerecidas, dou-lhe uma boa crítica para aprender a apreciar o que deveras é incrível.

Quando o assisto nas boas peças sinto-me, de fato, um espectador, recebo o humor e retribuo com gargalhadas. Algumas peças eu me ponho como crítico e distribuo a pobreza artística da peça com palavras de crítica, mas com as comédias de Eduardo isso não aconteceu, e de alguém que já completa anos de arte torna-se difícil escorregar no salto. O ator rodopia, pula, canta, veste e tira, sai e entra, encena e vive um personagem em tantos outros, cada um sobrepõe a experiência do outro papel. O Eduardo é como um baralho inteiro, onde os vários naipes completam o jogo, cada um sobre uma cartada melhor, à fim de vencer a rodada, assim a cada final de peça os aplausos o agradecem pelo espetáculo doado ao público.

Uma produção sem erros, o figurino com a costura bem alinhavada e as cores pinceladas ao bom gosto. Hoje, quem lhe recebe é a plateia, e não vice-versa, como de costume. É evidente que sua vida tornou-se uma cena, que ganha uma nova história a cada apresentação e nela temos a oportunidade de ser coadjuvantes e completar seu elenco tão nobre. Eduardo Martini está em cartaz diariamente onde quiser-mos ver, a caminhada dele registrou-se em documentos de recordações pessoais e nos arquivos lindos do teatro e da dramaturgia. É um prazer tão sublime fazer parte do teatro, ainda mais dando-lhes críticas recíprocas ao carinho do trabalho deste ator tão próximo ao público e amante do que faz. Registro em palavras o meu aplauso aos 50 anos de sua estréia numa peça chamada “vida”.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

“O Pelicano”, de Strindberg e todo seu sangue em texto


Talvez seja um dos dramas de maior introspecção já escritos, August Strindberg foi citado por Nietzsche e Freud por sua obra que trata dos anseios familiares, do retrato obscuro que há numa família, o autor traça um diálogo com o ego dos personagens e seus atos, a peça “O Pelicano” é uma obra prima daquelas que se é possível entender como pinceladas expressivas de um artista em sua tela retratando sentimentos. Com direção de Denise Weinberg, corpo, mente, voz e sentidos contornam uma tragédia familiar, onde a destruição do lar é dirigida pela matriarca. “O Pelicano” está em São Paulo desde o ano passado, muito bem produzida no Viga Espaço Cênico.

A maçonaria emblema o pelicano como uma ave que alimenta os filhos com o próprio sangue, essa foi a personagem principal para justificar o texto do sueco Strindberg, criar um cenário de decadência familiar pelo esgotamento dos sentimentos afetuosos distancia a figura materna de uma ave dedicada, neste ponto é que o roteiro exibe o pai, um homem já morto, como o pelicano que já deu aos filhos sangue enquanto o seu se acabava. A matriarca da família, interpretada por Sheila Gonçalves, “mata” seu marido por desgosto, aquele que passava a vida dedicando-se aos filhos e balançando-se numa cadeira da sala, seus dois filhos vestem o luto do falecimento do pai, Flavio Barollo interpreta um jovem bêbado, que encontra no álcool a fuga de uma família que se dissolveu. A mãe avarenta cerca-se de seus privilégios adquiridos por artimanhas sórdidas e obriga a filha, vivida por Patrícia Castilho, casar-se com seu amante, interpretado por Flavio Baiocchi, um homem capaz de atos grotescos para impor-se o homem da vez.

O texto vigora uma categoria indiscutível, o intrínseco psicológico que há no roteiro fisga o espectador para cenas expressivas e nada monótonas. Já quando entramos ao teatro, que por sinal é muito quente e sem qualquer circulação de ar, os atores já introduzem os impactos que encenarão no espetáculo, cubos, em volta de um tablado posicionado ao meio do palco onde desenha-se a sala da casa, sentam os atores quando estão fora da cena, porém exibem movimentos corporais impactando as cenas. Inês Aranha é a preparadora corporal. A sala do espaço Viga acompanha a mesma clausura da história que foi encenada há anos em Estocolmo, do mesmo texto, onde a família e seu holocausto torna explicita sua autodestruição. A direção de arte de Carlos Calabone realça as pinceladas de Strindberg no drama.

O palco veste luto, assim como os atores, o vento e os gritos sublinham o medo da mãe por toda maldade que carrega, esse é o único sentimento que a confronta, a culpa casada ao medo. A atriz Sheila Gonçalves resume todo o sentimento acuado e ações cruas em suas expressões bem encenadas, assim como Patrícia Castilho que configura sua inocência e pureza na voz e nos movimentos, a dupla de Flávios, o Barollo e o Baiocchi exploram o interior de seus personagens e os expõe com total entrega aos papéis, impressionam, sensibilizam e assustam os olhares do público. A atriz Lilian Blanc vive a morbidez da governanta que traz o gancho para toda a história da família, com participação fundamental para a estilização gótica que o espetáculo me passou.

A iluminação de Wagner Pinto e a direção musical de Eduardo Agni explicam o teor do espetáculo com grandes acertos, não há nada exagerado, nem de menos, os limites são categoricamente respeitados. Os cabelos, o figurino e toda montagem dos personagens dão um bom tom à peça. A locação do espaço é uma conservação ao que se criou na encenação da peça em Estocolmo, porém a ventilação que deveria ter na plateia é uma forma de respeitá-la, a boa acomodação das pessoas influí na atenção ao discurso.

O Viga Espaço Cênico, em São Paulo, abriga a discussão dramática da família retratada por Strindberg, com produção de Luque Daltrozo e produção executiva de Leandro Viana, realização de Delana Produções, Cia Mamba de Artes e Projeto Viva Cultura, a peça “O Pelicano” da um exemplo de uso dos incentivos culturais, aos sábados 19h o espetáculo é gratuito para ONGs e escolas, às 21h também têm apresentação, e aos domingos 19h, até 19/12. O ingresso custa R$ 10,0 e a meia R$ 5,0. Fotos: Zuza Blanc.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

“Mamma Mia!”, para relembrar e fazer sucesso


Um dos mais famosos musicais do mundo está no Teatro Abril, em São Paulo, com realização da tradicional Time For Fun, “Mamma Mia!” chegou por aqui com todos os aparatos da versão original . O libreto de Catherine Johnson, com músicas e letras originais de Benny Andersson e Björn Ulvaeus, a versão brasileira é de Claudio Botelho. Inspirado nos hits do Abba, desde o dia 11 de novembro está em cartaz na capital paulista, marcando mais uma das 270 cidades por onde o musical já passou. O espetáculo traz cenários e figurinos idênticos ao original, porém a direção das cenas carimba erros, onde os personagens principais atuam com uma certa frieza e falta de química, deixando os coadjuvantes, se assim podemos os chamar, destacando-se muito mais.

A história se passa nos anos 70, numa ilha grega, onde Sophie Sheridan, interpretada por Pati Amoroso, anseia conhecer o pai às vésperas de seu casamento com Sky, vivido por Thiago Machado. A mãe de Sophie, Donna Sheridan é interpretada por Kiara Sasso, que teve três passados relacionamentos, deixando a dúvida de quem é o pai de sua filha, Carlos Arruza dá vida ao personagem Bill Austin, Cleto Baccic faz Harry Bright, e Sam Carmichael é interpretado por Saulo Vasconcelos. Os três são convidados ao casamento, fazendo a história girar em torno de cenas animadas e cômicas. Tanya, interpretada por Rachel Ripani, e Andrezza Massei que vive a personagem Rosie, são amigas de Donna, juntas formavam um grupo que cantavam os sucessos do Abba, como convidadas ao casamento, as três revivem essa época e dão um ritmo bem animado ao espetáculo.

A direção é de Floriano Nogueira, que também assina a impecável coreografia do musical. O estilo brasileiro de fazer música, foi incorporado aos sucessos do Abba, Paulo Nogueira é o diretor musical que rege uma das melhores orquestras de musicais, as guitarras de Fernando Presta e Jorge Ervolini encontram o baixo de Mauro Domenech e dão um show a parte, é possível sentir-se numa discoteca 60's assistindo ao musical. Essa é uma banda de rock orquestral, que vai muito além da grandiosidade de uma orquestra, agrupando habilidades musicais e pautando notas muito bem compassadas. Rachel Ripani já havia me encantado com sua voz no espetáculo “Vamos?”, em que deixou seu papel para atuar no “Mamma Mia!”, sua personagem Tanya ganha um timbre robusto e sublime, onde sua respiração acompanha as pausas e as falas com uma disciplina musical impecável. Saulo Vasconcelos e Kiara Sasso repetem o show de suas vozes, o mesmo que deram quando encontraram seus personagens em “O Fantasma da Ópera” e “A Bela e a Fera”, em “Mamma Mia!” os dois não condensam uma boa química, mas não deixam de adocicar os timbres e aquecer os aplausos do público. Thiago Machado, Andrezza Massei, Cleto Baccic e Carlos Arruza completam o time do coral, cada um com sua peculiaridade vocal, onde se encontram num belo arranjo. Pati Amoroso, ao viver o papel da jovem Sophie não pode descartar o timbre pueril, porém ainda é um tom muito virgem, um tanto irritante aos ouvidos.

O figurino repete o croqui original, Genevieve Petitpierre assina a supervisão de figurino e não deixa escapar sequer uma linha das roupas, toda a costura ajusta-se maravilhosamente bem ao corpo dos atores formando um belo conjunto na cena. O designer de luz, Howard Harrison preserva o clima praiano de uma ilha paradisíaca da Grécia, com os tons azulados mesclando a iluminação do mediterrâneo. O cenário é prático e dinâmico, basta apenas retratar a taberna de Donna, os quartos da pousada e a parte externa do bar, tudo usando a mesma estrutura. O musical dividi-se em prólogo e dois atos, o entreato é feito pela orquestra com notas da música "Gimme Gimme Gimme (A Man After Midnight)", do Abba, que anos depois teve sua base (sample) usada em Hung Up, de Madonna, escrita por ela, por Stuart Price, Benny Andersson, e Björn Ulvaeus.

A encenação de Kiara Sasso não é brilhante quanto sua voz, há uma certa frieza com sua personagem, onde atriz e papel ainda estão distantes, assim como Saulo Vasconcelos que entra duro em cena, sem recursos artísticos, com falha de direção ou falha própria, canta muito bem, mas fala mal, falta expressão, movimento e proximidade ao personagem. Cleto Baccic dá um banho de interpretação, desde sua atuação em Cats eu tenho gosto ao aplaudi-lo, assim como Rachel Ripani que dota-se de um humor peculiar para expôr sua personagem. De humor então, Andrezza Massei ganha o carinho do público, sua dança, seus movimentos, expressões lhe dão grande importância para a leveza do espetáculo. Thiago Machado carrega uma bagagem ótima, acredito que em breve brilhará nos papéis principais de musicais, assim como foi grande em “Meu Amigo Charlie Brown”. Os atores que interpretam os coadjuvantes também valem aplausos e a eles digo “bravo”. O musical “Mamma Mia!” traz ao palco a panelinha que há em vários outros já apresentados, talvez esteja na hora de reciclar a seleção de elencos, gente talentosa tem de sobra. Eu recomendo o musical, porém ainda precisa melhorar na maquiagem, nos penteados de alguns, porque tudo ainda parece muito luxuoso, quando a história se passa numa ilha.

O musical “Mamma Mia!” está no Teatro Abril, um dos mais apropriados para espetáculos musicais, em São Paulo quartas, quintas e sextas, às 21h; sábados às 17h e 21h; domingos, às 16h e 20h. Quem sente saudades dos anos 60, 70 e 90 o musical está bem apropriado, “Dancing Queen”, “S.O.S”, “The Winner Takes It All”, “Money, Money, Money”, “Mamma Mia” contagiam o público com traduzidas e também em suas versões originais, cantadas ao final do espetáculo numa espécie de show, e claro “I Have a Dream”, que dá voz a mais bela das cenas do espetáculo. O musical comercializa os ingressos pela internet no site da Ticket For Fun e nas bilheterias associadas, assim como no próprio teatro, os valores estão entre R$ 80,0 e R$ 240,0. Fotos: Caio Gallucci.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Ticket dá a largada para a 4ª Semana de Cultura & Esporte em SP


A empresa Ticket, que atua no ramo de voucher para alimentação e serviços sai na frente com mais uma ação cultural e esportiva em benefício a população, nesta semana foi dada a largada para a “4ª Semana Ticket de Cultura & Lazer” com um show de Mariana Aydar no HSBC Brasil, onde o ator e humorista Eduardo Martini apresentou o evento com total criatividade elevando ainda mais o nível do nosso teatro e música.

No último dia 5 o HSBC Brasil, na zona sul de São Paulo, recebeu a proposta cultural da Ticket, no espaço estavam pessoas que adquiriram os ingressos gratuitos, Eduardo Martini apresentou a abertura da semana com sua famosa irreverencia, interagindo com o público o ator entrou pela plateia bem maltrapilho, tudo propositalmente para mostrar o quanto a cultura e o esporte precisam aproximar-se de todos, no palco ele cantou a música “Decididamente”, de Vinícius de Moraes e Edu Lobo, que foi interpretada por Marco Nanini no musical “Deus lhe Pague”, a canção foi bem arranjada e teve a interpretação de Eduardo que dançou e nos deu o sabor de um sambinha cômico e irônico. Eu precisei aplaudir de pé essa iniciativa da empresa, pouco se vê hoje em dia esse incentivo à cultura, eu que sou apaixonado por teatro e música não poderia perder o evento.

A cantora Mariana Aydar abriu seu show logo após as apresentações teatrais no HSBC Brasil, porém não houve o sincronismo necessário para uma apresentação perfeita, os músicos da banda e a cantora demoraram para entrar ao palco, após a abertura das cortinas, o volume estava alto demais e estourava os agudos. A iluminação ficou muito bem desenhada, o repertório incluía o sucesso “Vai vadiar”, de Zeca Pagodinho, além de outras canções que destacavam uma bela percussão. Alguns fãs de Mariana clamavam a cantora antes mesmo de sua apresentação, por vezes atrapalhando o número de outros artistas, porém foram elegantemente alertados por Eduardo, que demonstrou um fino traqueje de direção e arte.

Espero que a iniciativa da Ticket, que já chega ao quarto ano, possa servir de espelho a outras empresas, e que a evolução deste tão importante incentivo alcance um nobre índice. Acredito que se as apresentações se concentrassem em apenas um local exclusivo para a Ticket o deslocamento das pessoas seria mais fácil e a identidade da empresa estaria melhor carimbada. A ausência de um esportista e um literário, ou escritor no dia da abertura do evento deixaram uma lacuna na proposta da Semana, porém fica como uma dica para os próximos anos. O diretor de marketing da Ticket, Gustavo Chicarino brindou o evento com palavras de afeto à cultura e ao esporte, ao lado de Eduardo Martini que o complementou com a apresentação de uma ótima edição do video promocional e motivacional da Ticket.

A 4ª Semana é na verdade um semanão que vai até o dia 15 deste mês concentrando mais de 200 apresentações em pontos da cidade peças teatrais, exibições de filmes como “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”, de Cao Hamburguer, além do Circo Zanni e uma biblioteca móvel itinerante com apoio da Itapemirim. A Praça Victor Civita, os museus de Arte Moderna e Arte Contemporânea e os CEUs recebem a programação. Maiores informações e imagens estão no site da Ticket, em sites de relacionamento e no http://www.semanaticketcultura.com.br/. Este não é um texto de promoção a empresa, mas sim aplausos ao projeto e uma retórica do apoio a cultura, a qual represento como crítico.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Hebe Camargo grava DVD em show exuberante na noite de ontem


O palco do Credicard Hall, em São Paulo, recebeu ontem (27) uma das maiores damas brasileiras, Hebe Camargo vestiu a paixão de vermelho e derramou lembranças sobre a noite que brindou um eterno espetáculo. Batizado como “Hebe Camargo e Convidados”, o show recebeu grandes nomes que desfolharam a rosa Hebe em lágrimas durante vários momentos.

O show marcou seu início com um grande atraso, que aumentou ainda mais a ansiedade do público, as cortinas subiram e revelaram luzes coloridas e elegantes destacando um cenário cromado ao fundo com um diamante enorme cravado ao meio, porém quem veio brilhando foi a estrela da noite, Hebe Camargo convidou todos os cantores logo no começo e juntos cantaram “O que é, o que é?”, de Gonzaguinha. Por ali ficou Alcione marcando o show com seu timbre inigualável, com a dama da TV ela cantou “Como vai você”, de Roberto Carlos. As canções do rei ganharam a playlist do show, reflexo da paixão e carinho que Hebe tem pelo amigo e cantor. Em seguida as teclas do piano receberam os dedos nobres de Ivan Lins, que cantou “Começar de novo”. Maria Rita vestia preto e os cabelos caídos num lado do rosto lhe traduziam o jeito da mãe, emocionada com uma homenagem preparada para ela, após cantar com Hebe a canção “Foi Assim”, a sambista deixou o palco em lágrimas quando no telão ao fundo viu e ouviu a mãe dizer da importância do nascimento da filha.

A nata sertaneja também cravou o luxo do espetáculo de Hebe, ao lado dela Chitãozinho & Xororó cantaram “Brigas”, Bruno e Marrone “Vai dar namoro”, Leonardo retratou a dama com “Talismã”, Daniel veio ao final do show com “Como é grande o meu amor por você”, quando Hebe errou a entrada da canção e pediu para voltar. A dupla Zezé di Camargo e Luciano ficaram com o público cantando “É o amor”, enquanto a estrela da noite trocava seu vestido vermelho por um branco. Porém ainda de vermelho ela cantou ao lado de Gilberto Gil a música “Esperando na janela”, arriscando sua voz caracterizada com um timbre não muito fácil de ser acompanhado, mas que deu de presente ao público sua irreverência e carisma. Com Daniel Boaventura o espetáculo foi ganhando seu tom mais clássico, cantou ao lado dele “Consuelo” e com o tenor, filho da atriz Sylvia Massari, Max Wilson “Dio como ti amo!”, que deixaram a emoção deslizar nas notas, mas todo o jogo de cintura musical amparou este momento.

Muito emocionado Fábio Jr. deu ao show o seu pitaco romântico, com beijos nos olhos chorosos Hebe lhe acompanhou em “Eu não existo sem você”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Paula Fernandes trouxe sua lírica voz rural um tratamento a qualquer estribilho, seu timbre doce soprou um contentamento contagiante em Hebe que juntas cantaram “Tocando em Frente”. A apresentadora Xuxa Meneghel estava na primeira fileira do show, enquanto Hebe Camargo cantava “Pohon Pom Pom”, de Catulo de Paula, num tom de bossa, desceu a escada até o público e sentou no colo de Xuxa, depois passeou por entre as pessoas dando-lhes a voz para acompanhá-la na canção. Com o quarteto feminino Barra da Saia mais uma música de Roberto Carlos ficou na sublime voz das meninas, “Índia”, canção de praxe de Hebe passeou pelos instrumentos que deram ao arranjo uma interessante partitura.

O show foi gravado pela Sony Music que lançará para o próximo ano um DVD, onde Hebe Camargo não deixa de lado sua irreverência como apresentadora e sua voz clássica, muito bem acompanhada ela abrilhantou a noite de ontem. Sozinha cantou “Você não sabe”, de Roberto Carlos, que na segunda parte da música deixou gravada sua voz enquanto passavam imagens do rei numa cortina branca ao fundo do palco. Emocionada ela terminou a canção e levantou o público com a música “É preciso saber viver”, também do rei e deixou o Credicard Hall sob aplausos dos amigos, como ela mesma referiu-se a todos ali presente.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

“A Gaiola das Loucas”, um musical de plumas e paetês


Estreou essa semana em São Paulo o musical “A Gaiola das Loucas”, no Teatro Bradesco, com texto de Harvey Fierstein e direção de Miguel Falabella, que também atua. O musical faz voar plumas quando exibe as danças bem coreografadas e cospe fogo ao criticar a homofobia de forma indireta. Mas de contraponto o espetáculo especula muito mais o homossexualismo e esquece de exuberar mais o lado artístico disso tudo, com uma partitura engessada e camadas de humor a gaiola solta suas loucas.

O espetáculo é baseado na peça “La Cage Aux Folles”, de Jean Poiret, e agora traz a história num musical com versão brasileira de Miguel Falabella, que interpreta o personagem Georges, um homossexual que vive com Albin, que num cabaré ganha os espetáculos como a travesti Zazá, interpretação fabulosa de Diogo Vilela. Jean Michel é filho de Georges com uma mulher a qual se aventurou, porém o jovem foi criado pelo casal de homossexuais tendo Albin como uma mãe. Jean anuncia seu noivado com Anne Dindon, vivida por Carla Martelli, a moça é filha de um deputado extremamente conservador, que ao descobrir a formação da família que sua filha está prestes a entrar tenta proibir este casamento, mas Jacqueline, amiga de Albin e Georges, interpretada por Sylvia Massari, tem em mãos o trunfo que poderá reverter a proibição do deputado Dindon, elevando o humor do texto.

Ontem (25) estive na exibição do espetáculo para convidados, neste tive o desprazer de assistir o musical do balcão nobre, onde a estrutura nos inibe de enxergar qualquer detalhe importante para se escrever uma crítica respeitosa ao musical, além do mais não há como falar de expressões, passos de dança, cortes do figurino quando se vê em grande parte do tempo apenas as cabeças dos atores, talvez eu consiga lhes dizer melhor como são as perucas dos personagens, ou da iluminação, assim como quando estamos sobrevoando uma cidade e só enxergamos pequenos objetos e a iluminação das ruas. Não consigo ao menos citar os atores que compõe o elenco, nos números de dança e também de interpretação, quase não vi seus rostos, não acho justo falar de nomes sem citar as interpretações.

Olhando de frente minha visão enxergava bem a iluminação de Maneco Quinderé, que trança cores sublimes por todo o palco, mesclando a energia dessas cores com os telões de led que engrandecem o show de tecnologia que o espetáculo traz. O figurino assinado por Cláudio Tovar, mesmo de longe me permite saborear a elegância e cuidado, plumas e paetês envolvem os tecidos com um desenho nobre, porém este é outro detalhe do qual não posso transmitir com tanta autonomia, desta forma não irei escrever sobre o que vi nas fotos, um crítico de teatro escreve aquilo que vive no momento do espetáculo. Os cenários têm suas trocas rápidas, porém não são tantos cenários, tudo gira em torno de cortinas, telões, e a montagem cenográfica fica por conta da casa do casal, do restaurante onde se encontram e do terraço de um outro restaurante, além de elementos que são usados no palco do cabaré, como uma escada muito bem desenhada que recebe os passos das loucas.

O texto deste musical explora muito mais os temas homossexuais, no palco vários homens trajados de mulher dão o toque feminino e transformista do espetáculo, porém são poucos os números de dança, tratando-se de uma história que também acontece no cabaré, acredito que poderia haver mais cenas dançantes. A coreografia de Chet Walker, ensaiada junto com a coreógrafa assistente Fernanda Chamma, pinta e borda um ânimo bacana no musical, e ganha mais ritmo no segundo ato. O movimento das roupas ajuda bastante na beleza do conjunto de tudo. A direção musical e adaptação do original é de Carlos Bauzys, com assistência de Daniel Rocha, que também assume a regência. A partitura é um tanto engessada, parece que ouvimos as mesmas notas em várias músicas, o segundo ato vem mais embalado e com diferenças entre uma música e outra. O timbre de Diogo Vilela é espetacular, assim como o de Miguel Falabella também surpreende. A co-direção do espetáculo é assinada por Cininha de Paula, que creio ainda precisar explorar melhor o palco do Teatro Bradesco, pois a diferença de visibilidades entre o Oi Casa Grande, que recebeu o Gaiola no Rio de Janeiro, e o Bradesco é bem perceptiva, mesmo os preços sendo um pouco mais populares nos balcões e frisa, é bem desagradável ver cenas em parcialidade.

A produção geral de Sandro Chaim fica em cartaz até 19 de dezembro no Teatro Bradesco, do Shopping Bourbon, em São Paulo. O musical “A Gaiola das Loucas” é apresentado de quinta e sábado, às 21h. Sexta, às 21:30h e aos domingos, 19h. Os ingressos vão de R$ 20 a R$ 170,0 e podem ser comprados na bilheteria do teatro, ou na internet no site do Ingresso Rápido.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

“O Filho da Mãe”, não há como não sentir-se em casa


A comédia “O Filho da Mãe” é um texto de Regiana Antonini, com direção de Eduardo Martini que entra em cena com o estrelado Bruno Lopes, em cartaz no Teatro Ruth Escobar, em São Paulo, a peça é o retrato fidedigno das relações entre mães e filhos, as pitadas de comédia e emoção misturam-se com música e realidade dando ao espetáculo seu tom de “estamos em casa”.

O texto desenrola a relação entre mãe e filho muito bem costurada por Regiana, que estampa sempre a marca familiar em seus roteiros. Eduardo Martini, que dirige e interpreta Valentina, não deixa de derramar ao deleite cômico da peça sua irreverência e ainda revela-se num estilo diferente do que ele apresenta em seus espetáculos, põe paixão e emoção nas expressões da mãe Valentina e emite uma voz súplica e antecipa as saudades do filho Fernando, interpretado por Bruno Lopes, que partirá para Nova York, onde estudará cinema. Valentina é separada do pai de Fernando, porém deixa sempre escapar a paixão que ainda tem pelo ex-marido, quando com a bela performance de Eduardo leva às inquietudes da personagem esse amor que está intrínseco no texto. A peça conta com momentos de flashback que redesenham a história dos dois, sempre com muito humor e respeito a essa relação de afeto.

O palco é muito bem aproveitado pelo cenário, obra também de Eduardo Martini, os espectadores acabam deparando-se com um apartamento, que tem a história de uma família contada dentro dele, com esse belo trabalho não há como não se sentir em casa. A iluminação de Marcos Meneghessi mantém as cores caseiras que são suficientes para qualquer apartamento, para acompanhar os momentos de emoção da peça ora a luz isola os atores formando uma cena, ora amplia-se para todo o palco. Os figurinos retalham cores bem ornadas, vestem bem às idades de cada personagem e deixam Valentina bem feminina, escondendo qualquer sinal masculino do ator. A costura elegante e bonita é assinada por Adriana Hitomi. Foi uma das poucas vezes que vi uma comédia ser interpretada por várias fisionomias do público, cada mãe identifica-se de uma forma, outras por inteiro, assim como os filhos também, a trilha sonora, de Sergio Luis, acompanha esse clima materno e clássico, Valentina é fã de Tim Maia que vem embalando as cenas com seu swing cômico. Entre as cenas sons de pianos tornam-se lembranças e alimentam a ótima trilha.

A entrega dos atores é muito bacana, a sintonia cresce a cada contato entre os personagens, Bruno Lopes entra um pouco recatado, mas revela-se grande quando não limita-se, de repente, de enxergar sua mãe na personagem Valentina. Eduardo Martini não se preocupa em mascarar sua voz, muda um pouco o tom, mas caracteriza a mãe de uma forma peculiar, como já está acostumado a interpretar mulheres Valentina entra para seu novo álbum. Movimentos, expressões e timbres vocais não cercam a peça só em comédia, mas justificam toda entrega de uma mãe ao filho e a recíproca deste. A sensibilidade da produção fica bem aparente, dirigir e atuar não é uma das mais fáceis tarefas, por isso Vivi Alfano cumpre dignamente a assistência de direção.

Mais uma vez Yara Leite arrebata aplausos para sua produção, ao lado do assistente Bruno Albertini e da administração de Adriana Amorim. A comédia “O Filho da Mãe” ficará em cartaz até 26 de novembro, na Sala Dina Sfat, do Teatro Ruth Escobar às quintas-feiras 21h e sextas 21:30h. Os ingressos custam R$ 50,0 e podem ser comprados na bilheteria do teatro ou pelo ingresso.com na internet. Fotos: Claudia Martini.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Bibi Ferreira faz única apresentação em São Paulo


Será nesta noite (13) que um dos mais imponentes endereços artísticos de São Paulo, o Teatro Bradesco, receberá Bibi Ferreira com o espetáculo “De Pixinguinha a Noel, Passando por Gardel” em única apresentação. A cantora, atriz, compositora e diretora comemora 70 anos de carreira, filha do ator Procópio Ferreira e da bailarina espanhola Aída Izquierdo, Bibi trilha a longevidade artística de sua família.

Abigail Izquierdo Ferreira, conhecida como Bibi Ferreira, nasceu em Salvador, na Bahia, em 1922, porém sem saber ao certo o dia, a mãe dizia que era em 1º de junho e o pai em 4 de junho, mas sua certidão traz a data 10 de junho. Aos 24 dias de vida a atriz fez sua estréia substituindo uma boneca que tinha sumido pouco antes do início do espetáculo, na peça Manhãs de Sol. Até os quatro anos falava em espanhol, pois após a separação dos pais Bibi passou a morar com a mãe na Espanha. Participou do corpo de Baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, quando voltou definitivamente ao Brasil, também entrou para a companhia de seu pai, até que em 1941 estreou profissionalmente nos palcos na peça “La lacondiera”, até que em 1944 montou a própria companhia. Bibi também foi para Portugal, onde passou 4 anos na direção teatral. De volta ao Brasil, na década de 60, participou dos musicais que adentravam ao País, “Minha Querida Dama”, que fez ao lado de Paulo Autran, além de outros no teatro e na televisão. Em 1960 começou a apresentar um programa na TV Excelsior de São Paulo, que levou para a telinha grandes nomes do teatro. Bibi Ferreira já dirigiu shows de Maria Bethânia, além de peças teatrais com sucesso de críticas, também atuou em inúmeras e destacou “Gota d'àgua” como uma das melhores produções teatrais do Brasil.

Bibi ainda fez e faz sucesso com sua voz esplendorosa, revive Edith Piaf através de suas líricas cordas vocais, paixão que veio do amor aos clássicos e óperas de seu pai. Desde a década de 90 ela têm sido premiada por seus musicais que incluem as canções de Piaf, sofisticadamente interpretadas por sua finesse artística. Até mesmo a França recebeu a cantora no palco do Maison de France no ano passado. O Espetáculo “De Pixinguinha a Noel, Passando por Gardel” divide em dois atos a brasilidade de Bibi junto com os passos de tango herdados da mãe. Tom Jobim, Chico Buarque, Vinícius de Moraes, Orestes Barbosa, Maysa e Dolores Duran ganham a voz da cantora logo no primeiro ato, além de três fados lembrando Amália Rodrigues e três canções de Piaf, uma homenagem a Noel Rosa ganha um destaque num mini bloco do espetáculo. O segundo bloco é introduzido com um solo do pianista Diego Schissi, quando entra Bibi e canta dois tangos “Milonga Triste” e “Yo Soy El Tango”. Em seguida a orquestra argentina El Arranque acompanha Bibi Ferreira nos tangos “Debajo”, “Questa Abajo” “Esta Noche me Emborracho”.

Esta noite será clássica, tanto para o tango, quanto para a música brasileira. Um das mais importantes orquestras da Argentina, com uma das mais importantes atrizes e cantoras do Brasil se unirão sob as luzes do Teatro Bradesco e sobre o palco paulistano, além da certeza de aplausos carinhosos do público. O valor dos ingressos vão de R$ 60,0 a R$ 120,0 para essa única apresentação no Teatro Bradesco, do Bourbon Shopping, em São Paulo.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Eduardo Martini com um festival de comédias

Eduardo Martini reservou para os meus leitores lugares vips para quem quer assistir uma boa comédia, das quais recomendo! Não deixem de ir, imprima qualquer um destes flyers, designado às respectivas peças e entregue na bilheteria do Teatro Ruth Escobar, mas assistam todas, são ótimas!





quinta-feira, 7 de outubro de 2010

“Dos Escombros de Pagu”, a história do Brasil nos sentidos de uma mulher


O texto de Tereza Freire, com direção de Roberto Lage, é um deleite para qualquer historiador, está como uma exposição de imagens, lembranças e formas no Teatro Eva Herz, da Livraria Cultura, em São Paulo, encenada por Renata Zhaneta, Pagu, a militante comunista volta a protestar e calibrar sua vida.

A peça “Dos Escombros de Pagu” nasceu de uma tese de doutorado da autora Tereza Freire, que levita a história no tempo e nos traz um passado que ainda protesta. Pagu, a comunista Patrícia Galvão, não foi apenas uma mulher mãe, ela nasceu em Santos e por lá revolucionou, fundou uma vida nova para os padrões femininos da época e apenas a deixou por fatalidade. Pagu foi a primeira mulher presa política no Brasil, casou-se com Oswald de Andrade, então separado de Tarsila do Amaral. Era jornalista, se meteu a escrever contos policiais numa revista, dirigida por Nelson Rodrigues, e sempre os fazia com meticulosidade, junto com Oswald fundou um jornal esquerdista, empastelado pela polícia da era Vargas. Na França foi presa e deportada, por aqui ficou 5 anos no cárcere e na tortura, onde chegou a pesar 40kg e foi liberada por adoecer. Era uma incentivadora do teatro amador e amante das poesias. Morreu aos 52 anos com câncer no pulmão, daí caiu no esquecimento da história. Aos 100 anos de idade sua história, desde o nascimento dela, faz Pagu de livro, música e agora um drama no teatro.

Uma fumaça introduz a entrada de Renata Zhaneta ao palco, claro, vinda do vício de tabaco que tinha Pagu, inseparável dos cigarros, a cada boa recordação valia acender um. Assim queima a brasa das lembranças e do fumo junta a intensa interpretação da atriz, que vem chicoteando a história brasileira com expressões bárbaras, com lágrimas recolhidas nas bolsas dos olhos, e qualquer irreverência que também compunha a personalidade de Pagu. A iluminação de Wagner Freire não distribuí um arco-íris mirabolante como muitos iluminadores têm feito em alguns palcos, ele opta por uma luz branca e azul, isso deixa o palco com o tom de um amontoado de recordações, a cortina preta no fundo recebe luzes a cada dobra, e auxilia no belo cenário de Heron Medeiros, que distribuí no palco móveis de época, uma cadeira, onde a atriz relê a postura de Pagu sentando espalhada e sem preocupar-se com os modos, ainda uma tela branca acomodada num cavalete com a gravura de Tarsila do Amaral, muito envolvida na trama.

O figurino assinado por Gilda Bandeira de Mello neutraliza as cores e as une num creme com um xale branco, que escondia a pintura do quadro. A atriz maquia-se no palco durante uma de suas falas, vai delineando os olhos e revelando um ótimo trabalho de ensaio e direção. Os cabelos presos são liberados num dado momento estilizando a atriz num outro momento de Pagu. A trilha sonora de Aline Meyer acompanha a leitura do texto com muita beleza, o roteiro exprime sentimento, tristeza e alegria, o texto leva um olhar compenetrado para a atriz, a voz com tom de lembranças, as passagens das falas em poesias, irreverência e a boca vermelha, bem pintada declamando a reflexão de uma ditadura.

A produção é um belo ensaio do Lage, que rasgou uma bela seda em sua história, tragou uma peça que não é de domínio popular, mas que assim como a música popular brasileira é popular, a história desta mulher também deveria de ser. Regilson Feliciano é o produtor executivo e a direção de produção e administração é de Charles Geraldi e Maurício Inafre. Realização de Charge Produções e Promoções Artísticas. A peça poderia chamar-se apenas Pagu, não acredito que ela tenha sido encoberta por seus escombros, a peça é uma grande oportunidade de revivê-la, porém “Dos Escombros de Pagu” não é uma redescoberta da personagem, mas sim, como deixa claro o texto, uma recordação carinhosa. A peça ficará em cartaz até 18 de novembro no Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura, da Avenida Paulista, quarta e quinta-feira, às 21h. Os ingressos custam R$ 30,0.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Claudia Martini traz para São Paulo o Cristo Redentor em fotografias


Hoje (4), em São Paulo, no restaurante Piola, a fotógrafa Claudia Martini exibirá numa exposição, que inaugurará seu trabalho com um cocktail, fotos do Cristo Redentor, monumento hasteado em 1931, eleito, em 2007, uma das 7 maravilhas do mundo moderno. Sob a perspectiva de apenas um ângulo Claudia Martini revela o olhar através da janela de seu apartamento interpretando o Cristo além do símbolo religioso, exprime a sensibilidade, beleza e identidade carioca que resume o Brasil. O curador do acervo é Marco Antonio Portela.

“Da janela, O Redentor” é uma exposição que mistura o clássico e semeia um sentimento boêmio da bossa nova, as fotografias recortam o estilo contemporâneo da fotógrafa ao revelar suas imagens, tendo o Corcovado como estúdio, a iluminação que oscila entre amanhecer, dia, entardecer e noite, o Cristo como um personagem estático, além do ângulo exato, sua janela que acorda ao abraço. Cada imagem exalta uma sensibilidade, ou a rigidez das nuvens que passeiam por detrás e sobre o Redentor, ainda exalam a perspicácia que artista tem ao receber o momento correto de disparar seus flashes.

Quem dera todas as imagens fossem bossa, que todos os disparos no Rio fossem de uma câmera para aclamar a beleza, as lentes de Claudia Martini aproximam um astro de 38 metros e respiram o céu que mostra-se artístico, aquilo que se vê diariamente torna-se diferente, anula toda a rotina e ganha novos olhares e mensagens. A fotografia é uma arte mensageira, de tantas interpretações e leituras, fiel a seus percussores Claudia exibe sua graça carioca e sensibilidade poética através de um grande acervo. A fotógrafa, irmã do ator Eduardo Martini, traz para São Paulo a confirmação do talento familiar. A exposição “Da janela, O Redentor” será inaugurada hoje (4) com um cocktail a partir das 20h no Piola, localizado no Jardins, em São Paulo.

Rita Lee marcou SP em sua agenda de shows


No último sábado (2), um dia antes das eleições, a roqueira mais famosa do Brasil, Rita Lee, trouxe para o palco do Grande Auditório, do Parque Anhembi, o show “ETC...”, com inteira participação instrumental de seu filho Beto Lee e do marido Roberto de Carvalho. Rita cantou sucessos de sua carreira e deu ao público mais de uma hora e meia de muita música boa.

Como sempre, irreverente, a roqueira destilou o seu veneno musical inigualável, se no Brasil houvesse uma Woodstock ela seria tão grandiosa quanto Janis Joplin, ela conversa, protesta e canta com sua sabedoria artística que deu a ela o prestígio de uma das maiores mulheres da música brasileira. O repertório estava recheado de sucessos, “Agora só falta você” abriu o show, que veio seguida de “Ti Ti Ti”, tema de novela da TV Globo, que fez o público todo cantar. Ainda “Pagu” e “Amor e Sexo” embalaram a noite com a dama roqueira das madeixas acobreadas.

Rita Lee e Roberto de Carvalho exibem não só o amor conjugal, mas à música também, os acordes revelam a paixão pelo rock, ainda mais ao levá-lo aos palcos com notas mais abrasileiradas. Um telão exibe imagens da cantora, fotos antigas recebem a música “Ovelha Negra”, inspirada em si mesma, a guitarra e o baixo silenciam a letra e deitam a história de Rita sobre um gramado que engoli folhas de um vendaval, ela relembra os dias de festa, a infância, o pai, as revoltas, as drogas, o casamento, os três filhos e a neta que tornou-se um xodó. A iluminação faz seu show particular, esculpi um cenário que abusa das cores, todas as cores, com total controle e beleza.

Os fãs iam se manifestando, carregavam discos de vinil e todo patriotismo pelo rock de Rita Lee. “Doce Vampiro” foi cantada a uma só voz, com seu violão vermelho Rita ia adocicando as cordas e mexendo o público, trazendo saudade dos anos 80, tirando do baú coisas como “Banho de Espuma”, que lavou-se de bolinhas de sabão por todo o palco. Canções que viraram hits brasileiros cumprimentaram os amantes do som, “Bwana” e “Mania de Você” roubaram a cena entre o meio e o fim do show. O ídolo da cantora também foi relembrado, o cover de Michael Jackson, Nick Goulart fez a performance de “Bad”. Antes da última música, Roberto de Carvalho mandou “It´s only rock and roll”, dos Rolling Stones.

A banda que os acompanha é uma orquestra do rock, o baiano Danilo Santana canta com os dedos assim como Rita com as cordas vocais, além dele acompanham Beto Lee (guitarra) e os músicos Brenno di Napoli (baixo), Edu Salvitti (bateria), Debora Reis e Rita Kfouri (backing vocals). Para brindar a noite com saudades dos trash 80´s fecharam as cortinas do show as músicas “Lança Perfume” , “Flagra” e “Erva Venenosa”, deixando o público com vontade de muito mais bis. A produção foi da Poladian, que também levou para o Grande Auditório, depois de anos, esses sucessivos sucessos, Ney, Gal e Rita.

sábado, 2 de outubro de 2010

Gal Costa volta aos palcos de SP com show acústico


Ontem anoite, no Grande Auditório, do Parque Anhembi, Gal Costa, já considerada pelo meio artístico como a maior cantora do Brasil, fez um show acústico relembrando diversas músicas que fizeram sucesso em sua voz. Com o mesmo timbre romântico de sempre ela voltou a São Paulo após anos sem se apresentar nos palcos daqui.

Gal veio ao palco triunfante, já entrou sobre um tapete de aplausos, debaixo de um banho de luzes nobres e ao fundo uma cortina prateada que refletia diversas cores ambientalizando as notas que traziam compasso à sua voz. Acompanhada de Luiz Meira, no violão, ela relembrou canções que marcaram sua carreia, da bossa às palavras de Dorival Caymmi, que cantaram a Bahia, boa parte da caminhada de Gal Costa na música passeou pelas vozes de todos os presentes.

O figurino lhe deixava ainda mais leve, ainda mais total. Os cabelos relembravam aquela mulher profana, que dobrava os joelhos e em uma leve abaixada para reverenciar o público com a cortinada que seus encaracolados novelos negros dava ao rosto dela. As três primeiras músicas introduziram sua volta grandiosa aos palcos, ela cantou “Azul”, com um certo descompasso, mas calibrava o belo repertório que viria trazer toda sua brasilidade durante o show. Estava mais falante do que nunca, na medida certa, conversou com a plateia e com uma homenagem para Dorival Caymmi ela trouxe “Vatapá”, com uma versão tão gostosa quanto à receita.

O repertório esquentou a noite, “Wave”, “Garota de Ipanema” e “Chuva de Prata” fizeram todo mundo cantar, músicas que Gal gravou enquanto embalava as rádios cariocas e do país todo. Ainda “Meu bem, meu mal” e “Vapor Barato” não ficaram de fora da elegância que a preservaram num show classudo. A baiana do timbre romântico, da voz entre grave e agudo, do samba, do rock e da bossa calou qualquer tristeza e não censurou sua irreverência e contentamento. “Folhetim” deu ao show romantismo, “Brasil” saudade de um país limpo e alegre e “Força Estranha” despediu o público que pedia mais bis.

A Poladian presenteou São Paulo com mais uma ótima produção. Gal Costa, que fez shows pelo mundo inteiro, tem ensaiado um Total repertório saudoso, com qualidade musical e acordes de Luiz Miranda, que passeia pelas cordas do violão amando o som brasileiro. Hoje tem Rita Lee no mesmo palco, onde no mês passado Ney Matogrosso recitou seu grandioso som. Rita se apresenta às 21h, no Grande Auditório, do Parque Anhembi.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

“Nosso Lar” exibirá sessão para surdos, mas ainda é pouco


O filme que leva a direção de Wagner de Assis, como uma das maiores produções e bilheterias do cinema nacional, que já arrebatou mais de 3 milhões de espectadores, “Nosso Lar” chegará hoje ao cinema em São Paulo, no Cine Artlpex, do Espaço Unibanco do Shopping Frei Caneca uma sessão do filme com legendas especialmente para deficientes auditivos.

A grande crítica aqui não será sobre o filme, sim sobre o horário em que essa sessão será exibida, às 16:30, nesta sexta-feira, onde os surdos também trabalham, ou será que os mesmos precisam deixar o serviço mais cedo para acompanhar uma sessão em que torna-se quase que exclusiva, privando-se apenas a uma cidade, por enquanto, e nesta sala em específico? Sem dúvidas a importância das legendas num filme nacional deve-se ganhar âmbito nacional, São Paulo não é a única cidade que habita deficientes auditivos, além do mais o assunto precisa ser tratado com mais respeito, se há lugares reservados para cadeirantes numa sala, também precisa haver legendas, todas as especialidades precisam ser tratadas com total igualdade, somos todos moradores do mesmo planeta, pagantes dos mesmos impostos e garantidos pela mesma constituição.

O filme é baseado no livro de Chico Xavier, onde conta a história de André Luiz, interpretado por Renato Prieto, onde após sua morte acorda com sentidos comuns, sede, fome e frio, no umbral ele súplica para sair do purgatório e recebe a luz que o leva para o Nosso Lar, onde os espíritos têm a oportunidade de cura e regeneração. Nesta cidade ele pôde prestar todo apoio aos atendimentos espirituais e médicos, assim lhe é concebido o direito de ir à Terra visitar sua família, quando ele percebe que a vida continua para todos.

O filme caracteriza-se por sua sensibilidade e leveza, exprime toda a espiritualidade de Chico Xavier, a ótima produção da Cinética Filmes e Iafa Britz, conta com a distribuição da Fox Film do Brasil, a qual tem sido procurada e especulada por deficientes auditivos para que a exibição do longa-metragem com legendas passe também para os finais de semana e ganhe um projeto, onde todo o Brasil receba as sessões. Apenas uma exibição, dentro do horário comercial e numa sexta-feira aplica-se ao descaso às questões humanitárias, todas as pessoas têm direito ao entretenimento e acesso à cultura, porém este tem sido imoralmente violado.

A exibição será hoje (1) no Cine Artplex, do Shopping Frei Caneca, em São Paulo, e ficará até o dia 7 de outubro, às 16:30h. Outros filmes nacionais também já tiveram em suas versões legendas, como “Chico Xavier” e “Os Desafinados”, porém foi alegado pouco público, mas não há como exigir a presença dos surdos em apenas um dia, num horário comercial e em apenas uma sala. Aos que puderem comparecer é importante o incentivo à igualdade, legendar um filme não é um trabalho que eleve tanto os gastos, os filmes brasileiros têm ganhado sucessivos êxitos internacionalmente, vamos deixar a cultura individualista e despreocupada no lixo e dar acesso à todos os espectadores em todos os filmes. A cultura precisa de apelo, para ganhar mais respeito e espaço no Brasil.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

“Harry Potter e as Relíquias da Morte” fará suspense em duas partes


Já tem data marcada para a estreia da primeira parte do longa-metragem “Harry Potter e as Relíquias da Morte”, dia 19 de novembro as telinhas dos cinemas no mundo todo começarão a exibir o fim da saga Harry Potter, lançada de início na coleção de livros de J.K Rowling, que já vendeu mais de 400 milhões de exemplares, traduzidos para mais de 67 idiomas, em 7 livros publicados. Já os filmes lançados renderam a segunda maior bilheteria do cinema arrendando 4,5 milhões de dólares, ficando apenas atrás de Star Wars.

Os filmes sempre trouxeram os conflitos entre Harry Potter e o Lord Voldemort, chamado de “Senhor das Trevas” pelos Comensais da Morte, seguidores dele. O bruxo é um dos mais temidos entre a ordem dos bruxos, porém não mais poderoso do que Harry Potter, o qual é o único que tem o poder de destruí-lo. Assim, Voldemort persegue Potter para matá-lo, porém o jovem protegido pelos pais consegue escapar e assiste à morte de sua mãe e do pai. Durante os 6 filmes que trazem a saga de Harry Potter, Dumbledore, fundador da Ordem da Fênix, criada para destruir Lord Voldemort, e diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, onde passa-se a maior parte das histórias, alia-se a Potter para ajudá-lo no confronto com o Lord, porém no filme “Harry Potter e Enigma do Príncipe” o velho sábio e bruxo morre. Agora, na sétima parte da história, Harry, Ron e Hermione iniciam uma nova missão para destruir Voldemort.

Os três jovens, Harry, interpretado pelo ator Daniel Radcliff, o amigo Ron, vivido por Rupert Grint, e Hermione, por Emma Watson, iniciam a missão de destruir o segredo da mortalidade e destruição de Voldemort – as Horcruxes. Os Comensais da Morte tomam conta do Ministério da Magia e de Hogwarts. O desejo de Voldemort é encontrar Harry Potter para que o Senhor das Trevas possa matá-lo e ter o poder total da magia. Potter, enquanto procura as Horcruxes, descobre a lenda das Relíquias da Morte, lenda essa que poderia dar a Voldemort o poder que ele tanto procura. Nesta guerra o dia mais esperado de toda a saga Harry Potter chegará, onde Potter e Lord Voldemort, vivido pelo ator Ralph Fiennes, se encontrarão para o confronto final.

Para os filmes, a exigência de Rowling, autora dos livros, que recebeu uma bolada em libras pelos direitos autorais, foi que o elenco principal fosse britânico. Steven Spielberg esteve nas primeiras negociações para dirigir os filmes, porém não era de acordo com a exigência de Rowling, além de outras, e desistiu. O longa “Harry Potter e as Relíquias da Morte” foi dividido em dois filmes, o primeiro estreará em 19 de novembro, e o segundo apenas em 15 de julho do próximo ano, assim a Warner Bros ganhará numa bilheteria muito maior do que teria com apenas um filme. A cena final do primeiro filme incorpora uma sacada de marketing para a produtora, onde assim que Lord Voldemort puser as mãos em uma das três Relíquias da Morte, a varinha mais poderosa de todas, conhecida como Varinha do Destino, ou da Morte, só poderemos ver o restante na última gravação da saga, em “Harry Potter e as Relíquias da Morte 2”, em julho de 2011. Assim a primeira parte estará de acordo até com o 24º capítulo do livro, e a segunda dará continuidade.

David Yates, que dirigiu A Ordem da Fênix e O Enigma do Príncipe, assina a direção das Relíquias da Morte, com produção de David Heyman, produtor de todos os filmes de Harry Potter, além de David Barron, também produtor do filme. O roteiro de Steve Kloves foi adaptado do sétimo livro de J.K Rowling. Lionel Wigram é o produtor executivo. A grande produção de Heyday Filmes, apresentada pela Warner Bros. Pictures estará nas telinhas do Brasil no dia 19 de novembro, trazendo mistério e suspense, deixando a maior parte de ação e conflito para o ano que vem, na segunda parte do filme.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

“O Soldadinho e a Bailarina”, estreia 2 de outubro em SP


O musical infantil, “O Soldadinho e a Bailarina”, estreia dia 2 de outubro, em São Paulo, no Teatro Procópio Ferreira, trazendo no elenco Luana Piovani e Pablo Áscoli, sob direção de Gabriel Villela, com o texto adaptado de Gustavo Wabner e Sergio Módena.

O texto é uma adaptação do conto “O Soldadinho de Chumbo”, de H.C Andersen, onde a proposta de Gabriel Villela, convidado para a direção do projeto, era arar o espetáculo com raízes culturais brasileiras. Sofia, a bailarina, interpretada por Luana Piovani, divide o quarto com outros brinquedos, empoeirados e esquecidos pelo menino Euclides, o Boneco de molas chantageia Sofia, pedindo-a em casamento, caso recusasse todos os outros brinquedos sofreriam as consequências. Porém com a chegada do soldadinho de chumbo Perneta a história ganha o tom de romance, ele e Sofia se apaixonam e planejam uma fuga, mas as consequências disso ficam nas mãos do Boneco de molas.

Estive na pré-estreia do musical, que é curto, fica em torno de 55 minutos, tempo bom para um espetáculo infantil, visto que muitos dos mini espectadores ficam inquietos e se manifestam o tempo todo. As danças são de pouca coreografia, não existem tantos movimentos de balé, o que daria muito mais beleza à peça e ilustraria muito mais o título. As canções desenham toda a infantilidade do musical, “Marcha Soldado”, de domínio público, foi muito bem colocada no roteiro, assim como todas as outras, a direção musical é de Victor Pozas e Ernani Maletta, letras de Sergio Módena. Todos os atores participam dos números vocais, a voz de Luana Piovani ainda não está de acordo com o lirismo que os musicais requerem, falta mais afinação. Pablo Áscoli apresenta-se muito bem no palco, assume a rigidez de um boneco de chumbo e veste o desenho de sua maquiagem tal qual um brinquedo. A iluminação de Domingos Quintiliano resume-se numa projeção azulada, deixando o clima mais leve e pueril. O cenário é projeto de Gabriel Villela, que traz elementos como de costume dele, guardas-chuva que são usados para que o espectador imagine uma caixa de bonecas, por exemplo, ou a janela em que os bonecos se debruçam, porém não acho possível que uma criança use tão imageticamente estes recursos, em “Calígula”, que teve direção de Gabriel Villela em 2009 o guarda-chuva também foi utilizado, acredito que este é um recurso que vem se tornando repetitivo demais em produções envolvidas por ele. O cenário é pouco, não poluí o palco, mas também não impressiona, o croqui foi muito fácil, com pouca sensibilidade artística.

Os figurinos são bonitos, porém importados da Hungria, esmaecendo a vivacidade brasileira que poderia aplicar-se, já que todo o projeto foi apoiado no resgate a brasilidade não tem porque usar modelos Húngaros. Além disso, o sobretudo vermelho, que o Boneco de molas usa, também trazido de lá, por Gabriel, dá um tom muito sombrio às cenas em que há sua utilização, o Boneco parece ter uma inspiração muito negativa, que ganha luz avermelhada no palco, ponto negativo pala a iluminação, que já perde toda a leveza que vinha trazendo ao espetáculo, e faz um medo desnecessário, a construção de toda a linguagem poderia ser mais adequada, duvido que muitas crianças entenderam o script dos personagens. O visual da bailarina não está legal, nem parece uma bailarina, remete muito mais a uma camponesa, talvez foi inspirada naquelas bonecas feitas a qualquer modo, sem cuidado e respeito a beleza da atriz.

Quem assina a direção de produção é Maria Siman, a realização é de Luana Piovani Produções e Primeira Página Produções Culturais. O espetáculo ficará em cartaz até 19 de dezembro, aos sábados e domingos, com estreia marcada para o dia 2 deste mês, no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo. O valor da peça é R$ 60,0 um valor extremamente explorador, visto que é um musical infantil, muito bem patrocinado e apoiado pelo Proac, um programa do governo de São Paulo que deveria afogar muito mais os gastos de produção, deixando a bilheteria bem mais barata.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

"A Noviça mais Rebelde: o que faz uma freira de folga?


Existem assuntos que quando feitos em comédia caem num clichê, talvez falar de uma freira seja algo batido, pois é difícil encontrar quem supere, por exemplo, Whoopi Goldberg nesta tão religiosa função, no filme Mudança de Hábito. Porém no espetáculo, em cartaz no Teatro Leblon, na Sala Fernanda Montenegro, no Rio de Janeiro, a noviça não é rebelde, ela é muito mais do que isso, é “A Noviça Mais Rebelde”, interpretada por Wilson de Santos, e supervisão artística de Marcelo Médici, o espetáculo é inspirado no musical Nunsense, de Dan Goggin. Com muita irreverência essa freirinha faz a platéia pecar com muita graça.

Claro que o título dessa peça é uma boa sacada para relacionarmos com o filme, A Noviça Rebelde, com Julie Andrews, e com isso sabermos do quão é engraçada e logo corrermos para a bilheteria e comprar um ingresso, porém o título de qualquer coisa, até mesmo obras teatrais serão estratégias de marketing. Mas falando de A Noviça Mais Rebelde não há propaganda enganosa não, realmente a rebeldia desta freira nos leva ao riso o tempo todo, de repente um beato incomode-se com certas críticas, mas não ficará fora da irreverência proposta pelo texto, que não é nem um stand up, nem um monólogo, pois o público tem efetiva participação, e quem ainda for assistir saiba que pode ser fisgado pelo terço da irmã. Já que estou falando em quem ainda for assistir a peça, é porque a recomendo, as críticas à instituição religiosa que agrega e catequiza freiras são postas no texto de maneira sútil e muito engraçadas, mas também são abertos paresentes para falar de política.

Tudo isso torna uma comédia ainda mais completa, usar uma freira para divertir uma platéia é, sem dúvidas, ser alvo de críticas religiosas, mas não se preocupem que ninguém irá pro inferno por assistir a peça. Irmã Maria José faz parte da irmandade de Salut Marie que promove um show beneficente justamente no dia em que o senador José Sarney faz uma visita ao convento. Com o atraso da Madre Superiora, irmã Maria José envolve o público com suas brincadeiras e histórias, autorizada pela Madre à dar início ao espetáculo, mediante orações de abertura. O palco vira um cassino, o público joga o bingo, que reserva surpresas, a promoção dos patrocinadores é incorporada ao texto e valiosa para a graça do número. Imitações são feitas pela freira, onde o intuito não é aproximar-se da voz do cantor imitado, mas o ator Wilson de Santos consegue retratar muito bem a fisionomia destes. A trilha sonora é produzida por Ivan Huol e Cia das Vozes, e a tradução das músicas feita por Flávio Marinho e Wolf Maya.

Os jogos encenados e realmente finalizados em prêmios para algumas pessoas que são convidadas ao palco, dão clareza ao que muitas instituições religiosas são capazes de fazer para lucrar com seu papel cristão, porém nada que seja diretamente falado nem explícito. Como a Madre Superiora não aparece no show a irmã Maria José, ao lado da imagem de um santo tão desconhecido, o Santo Antônio de Categeró, e munida de um cenário que dá apoio as suas histórias sobre Adão e Eva, sempre contadas aos risos da platéia, toma conta do palco e junto às suas lembranças da juventude nos leva às gargalhadas, cantando, dançando e fazendo muito humor a freira desprende-se dos clichês e faz um espetáculo autêntico.

Ainda dá tempo de assistir e rir com “A Noviça mais Rebelde”, no Teatro Leblon, Sala Fernanda Montenegro, no Rio de Janeiro. O espetáculo está nas últimas semanas de apresentação, em cartaz de sexta e sábado 19h e aos domingos 17h, no valor de R$ 50,00.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Marco Luque prolonga temporada em “Tamo Junto!”


O apresentador mais badalado da TV Bandeirantes, do programa Formigueiro e CQC, está em cartaz no Teatro Frei Caneca, Marco Luque estreou em março seu stand up comedy “Tamo Junto!”, que teve a temporada prolongada decorrente ao sucesso de público em São Paulo.

Marco Luque faz um stand up sem qualquer caracterização, mesmo com o sucesso de seus personagens, “Mary Help”, “Silas Simplesmente” e “JacksonFive”, o ator procura proximidade ao público usando temas do cotidiano, até mesmo experiências próprias. Um comediante precisa ter a perspicácia de saber o que é engraçado para o público e o que é somente para ele, falar de experiências próprias pode ser algo arriscado por isso, mas Marco Luque abusa de suas expressões com a boca e o rosto todo, deixando a plateia à vontade para dar boas risadas, porém nem de tudo.

Como disse na crítica que fiz ao stand up de Oscar Filho, seu companheiro no CQC, há muitas similaridades entre os textos dos dois atores, coisas que para quem assistiu ambos os espetáculos tornam-se repetitivas. Acredito, ou pelo menos espero, que tenham um assistido ao outro e que realmente variem um pouco mais o humor no roteiro apresentado, insiram mais piadas, cada história que se conta é muito longa e perde-se tempo com isso, o espetáculo acaba muito rápido e deixa o público insatisfeito.

Marco Luque usa de alguns jargões que caracterizam o título do stand up “Tamo Junto!”, no início apresenta-se ao público e os integra ao texto, o que deve ser feito sem muito abuso num espetáculo assim, pois num stand up existe apenas um ator sem qualquer caracterização, quanto a isso Marco acertou em cheio.

O stand up não é daqueles que faz o público dar muitas risadas, porém reflete bastante comédia, sem concentrar o humor em palavrões demais, Marco Luque intercala sua vida com a de qualquer pessoa, contando casos e exemplificando com passagens pessoais. As interpretações dos personagens são melhores do que o stand up. No espetáculo ele acaba usando de algumas características de seus personagens, sendo nestes instantes que o público entrega-se mais ao humor e caem no riso.

Marco Luque está em cartaz com o stand up “Tamo Junto!” até o dia 27 de Outubro, todas as quartas-feiras 21:30, com ingressos no valor de R$ 50,0 no Teatro do Shopping Frei Caneca, 6º piso, em São Paulo.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

“O Amante”, pouco assunto em um grande tema


Está em cartaz no Teatro Nair Bello, no Shopping Frei Caneca, em São Paulo, a peça “O Amante”, texto de Harold Pinter, com direção de Francisco Medeiros. No palco Paula Burlamaqui e Daniel Alvim vivem personagens que representam o conjugal e a liberdade conjugal.

O texto, única comédia de Harold Pinter, não é bem uma comédia como foi pintado o gênero, talvez por ser o primogênito humor do autor o roteiro não permita muita ironia e risos. Sarah, esposa de Richard, vive aventuras com seu amante Max, porém o marido também veste os moldes do relacionamento aberto, mantendo encontros com uma prostituta. O amor é sempre posto à prova neste emaranhado de traições às claras até que o clímax toma conta da peça.

A atriz Paula Burlamaqui, que interpreta Sarah, desempenha sua ótima atuação quando precisa dar para a personagem um grande toque de sensualidade, porém sua movimentação no palco é demais, ela anda muito e qualquer espectador fica sem saber para onde olhar, enquanto o texto de todos os diálogos são vagos, munidos de pouca informação sobre os personagens, pouca apresentação, são conversas curtas em um texto cheio de pausas, além dos intervalos para as trocas de objetos no cenário. O Daniel Alvin, apesar de manter um bom entrosamento com a Paula em cena, exprime muito pouco uma pessoa comum no palco, nota-se muito que o texto está sendo tecnicamente falado e pouco interpretado. A mudança do ator quando vive mais de um personagem é muito bacana, porém sua desenvoltura como um bom ator perde-se num texto de pouco interesse, que mais preza exibir sensualidade do que comédia e assuntos que ocupariam muito mais a imaginação do público.

O amante por vezes dota-se de uma postura mais selvagem, isso é muito bacana para uma comédia, ora o texto equilibra-se em carinho, ora sensualidade, mas em momento algum em comédia. Perde-se muito tempo quando os atores trocam de roupa fora de cena, se estamos assistindo um cenário que apresenta um quarto, a veste de um outro figurino poderia ser feita durante a cena, basta que o diretor articule muito bem a direção com a movimentação dos atores em cena. Os elementos que compõe as cenas são muito bem usados, desde as doses de uísque, até as almofadas do sofá, que a cada visita do amante, ou chegada do marido, são mudadas de lado, algo que substituí a cena por uma outra.

A iluminação é ponto alto do espetáculo, com a assinatura de Maneco Quinderé, que sempre faz seu ótimo trabalho em qualquer palco, atribuí muito bem o tempo e o clímax da peça, quando noite, percebe-se logo a mudança do dia, e toda projeção de luz sobre e através do cenário é maravilhosamente realizada. Os figurinos de Marichilene Artisevskis dão elegância às cenas, as sedas, as cores e o movimento que as roupas ganham no corpo dos atores também marcam ponto positivo para a peça. A cenografia compõe-se de persianas, que são utilizadas o tempo todo durante os diálogos entre os personagens, cores e modelos fazem um cenário bem desenhado, além de todos os outros objetos que também configuram o lar de um contemporâneo casal. As músicas foram bem selecionadas, porém deveriam ser mais usadas nos momentos de clímax e sensualidade, onde neste momento sim, o diálogo diminuiria e a cena seria de expressões e movimentos, a trilha sonora é de Aline Meyer.

O programa, distribuído em impresso na bilheteria, tem tonalidades de cores bem trabalhadas nas imagens, porém os textos escritos pelos atores e pelo diretor são grandes e com uma expectativa de um bom texto de comédia, um entretenimento que não é tão cômico assim. O público não reage tão bem às tentativas de humor dos personagens, pois para mim a reação da plateia num espetáculo de comédia é rir, e isso raramente acontece com algumas pessoas que assistem “O Amante”. O Teatro Nair Bello fica dentro da Escola de Teatro Wolf Maya, onde há um barulho alto dos alunos na sala ao lado, assim vazando todo o som para a sala de espetáculos, isso atrapalha a concentração dos atores e a atenção do público.

A intenção do tema é ótima, falar das relações amorosas rende muito assunto, porém o que falta na peça é assunto que renda. A produção é de Sonia Kavantan, e produção executiva de Ricardo Fabbri. “O Amante” está em cartaz em São Paulo, no Teatro Nair Bello, até 29 de setembro, com valores de R$ 30,0 à R$ 40,0, de quinta e sábado 21h, sexta 21:30h e aos domingos 19h.

domingo, 12 de setembro de 2010

Ney Matogrosso lota show em 'Beijo Bandido'


Foi ontem anoite que Ney Matogrosso deu um dos mais saborosos de seus beijos, num show em que o título foi inspirado na música “Invento”, de Vitor Ramil, que também está no repertório, 'Beijo Bandido' já tem um álbum com 14 faixas e viajou para vários lugares, São Paulo recebeu na noite passada este mestre da mistura latina com a música romântica brasileira.

Com acordes de teclado e lindas notas no violoncelo e violino o show resume-se numa súplica romântica, os embalos de tango e num tom mais latino são tirados dos sons da percussão que levantam o público para dançar no passos sensuais de Ney Matogrosso. O diretor musical de 'Beijo Bandido', Leandro Braga, espalha pelo público arranjos contagiantes, enquanto a iluminação também faz seu show particular sublinhando o palco com azul, vermelho e verde, combinações que fazem um cenário bonito e elegante.

Ney não está fantasiado, mas veste o belo figurino de Ocimar Versolato, terno beje e camisa branca, o forro vermelho do paletó banha a cadeira quando o cantor o descansa sobre o encosto, além de fazer suas performances, um pouco mais contidas do que o comum em seus shows, sua voz ecoou maravilhosamente bem no Grande Auditório, do Parque Anhembi, mas uma opção de casa de show para São Paulo. O público compareceu em peso, cantaram muitas músicas e acompanharam o cantor cantando a letra inteira de 'Fascinação'. Ainda passaram pelas páginas do roteiro do show 'De Cigarro em Cigarro', letra de Luiz Bonfá, que ganhou um arranjo marcante pela percussão e violino, 'As Ilhas', de Astor Piazzolla e Geraldo Carneiro com seu acordes num tom de suspense, “Medo de Amar”, de Vinícius de Moraes, “Bicho de sete cabeças”, de Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Renato Rocha e “Segredo”, de Herivelto Martins e Marino Pinto tornaram a noite sublime.

A banda não é grande, mas é o suficiente para um espetáculo marcante, Leandro Braga (piano), Lui Coimbra (cello e violão), Ricardo Amado (violino e bandolim) e Felipe Roseno (percussão). O palco não está com aqueles cenários todos como do costume de Ney, um telão branco ao fundo do palco exibe imagens do cantor e recebe ainda um banho do show de luzes. Ele voltou mais de uma vez, após se despedir, e levantou o público cantando 'Mulher sem Razão', canção de Cazuza, Dé Palmeira e Bebel Gilberto, seu rebolado e expressões corporais completaram a grandiosidade artística do show.

Ainda fizeram parte do espetáculo musical de Ney Matogrosso, 'A Distância', de Erasmo e Roberto Carlos, 'A Cor do Desejo', de Ricardo Guima e Júnior Almeida, que lhe entrogou a música em Maceió, enquanto Ney fazia a turnê de 'Inclassificáveis', e 'Tango pra Tereza', de Jair Amorim e Evaldo Gouveia', que abriu o show. O público aplaudiu todas as canções e se manifestaram o tempo inteiro, enquanto Ney Matogrosso agradeceu e falou pouco com a plateia. A produção foi de Poladian, que permitiu aos paulistanos ganhar mais um 'Beijo Bandido'.