segunda-feira, 8 de março de 2010

And the Oscar goes to...

A celebração mais glamorosa do cinema virou uma disputa entre ex-marido e mulher


Neste domingo, no Teatro Kodak, em Los Angeles, como todos os anos, desde 1929, foram entregues as estatuetas mais cobiçadas do mundo cinematográfico, o Oscar, que teve uma disputa acirrada entre os filmes “Avatar” e “Guerra ao Terror”, respectivamente dos diretores James Camaron e sua ex-esposa Kathryn Bigelow. Como todo ano, o tapete vermelho estendido na entrada do teatro foi passarela para inúmeros modelos de roupas e penteados, a atriz Sandra Bullock, que recebeu a estatueta de melhor atriz, no filme “The Blind Side” foi uma das mais esperadas pela imprensa, assim como o ator George Clooney, que também disputou o Oscar de melhor ator, do filme “Amor Sem Escalas”.

Em 1993, a estatueta ganha pela atriz inglesa Vivien Leigh, como melhor atriz do filme “E o Vento Levou”, de 1940, foi vendida num leilão por 562 mil dólares, porém não é isso que ilustra a importância e relevância de um prêmio como este e sim o prestigio por um longo trabalho que é a produção de um filme. Sempre que vamos ao cinema não imaginamos quanto tempo aquele filme levou pra ser feito, nem quantas inúmeras pessoas levaram aquele filme à tela, mas são essas coisas que levaram a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, dos Estados Unidos a honrar o trabalho dessas tantas pessoas. Tudo começa num papel, onde letras sobrepõem outras letras e vão revelando cenários e posicionando atores, músicas resumem trechos da história toda, a fotografia da a qualidade pra toda a cena e os diretores regem todo o processo, eis que vão parar nas telas do cinema as grandiosas produções. Nem todos realmente dão total atenção aos filmes, ora beijam quem está ao lado, ou comentam o filme, ou comem a pipoca, fazem barulho ao abrir o pacote de salgadinho, mas muitos destes filmes são parte do que vivemos, parte da ciência, dos romances, resumos de trechos da vida.



O fato é, imagine você sentado numa das poltronas daquele grandioso teatro como espectador do seu próprio filme, aguardando que seu nome seja anunciado após a famosa frase que dá aquele frio na barriga: “And the Oscar goes to...”. E o cinema merece este prestigio, é justo que seja tão bem comemorado aqueles filmes que nos olhos do público tornam-se lágrimas, ou sorrisos das comédias, sustos no terror e expectativa nos suspenses. Filmes são contatos que temos com o mundo imaginário, com os sonhos, porém também com aquilo que acontece por perto, longe, mas na vida real, são retratos fiéis ou exacerbados do amor, do ódio, da saudade, do épico, da tristeza, da alegria, da graça, da morte e da vida. Filmes são passagens que vemos das janelas do trem que estamos sentados passeando pelos trilhos mundanos, sejam esses filmes memórias de gueixas, embalos daquele sábado à noite, lembranças da Central do Brasil, passos de dança do Grease, o velejar do Titanic, a era do gelo, os exterminadores do futuro, não importa se acontecem numa velha cidade de West Side Story, ou em Chicago, filmes são películas de emoções.

Na 82ª edição do Oscar a grande disputa ficou entre os filmes “Avatar”, do diretor James Camaron e “Guerra ao Terror”, da diretora Kathryn Bigelow, que também concorreram ao prêmio de melhor diretor, os dois foram casados por um bom tempo e voltaram a se encontrar na premiação e mostraram-se esportivos e confiantes. Mais uma vez o Oscar provou sua autenticidade e elegância com direito a uma superprodução como as dos filmes de cinema.

Vencedores do Oscar 2010

Melhor Filme – Kathryn Bigelow, Mark Boal, Nicolas Chartier, Greg Shapiro, Guerra ao Terror
Melhor Diretor – Guerra ao Terror, Kathryn Bigelow
Melhor Ator – Coração Louco, Jeff Bridges
Melhor Atriz – Um Sonho Impossível, Sandra Bullock
Melhor Ator Coadjuvante – Bastardos Inglórios, Christoph Waltz
Melhor Atriz Coadjuvante – Preciosa, Mo’Nique
Melhor Animação – Pete Docter, Up Altas Aventuras
Melhor Roteiro Original – escrito por Mark Boal, Guerra ao Terror
Melhor Roteiro Adaptado – roteiro de Geoffrey Fletcher, Preciosa
Melhor Filme Estrangeiro – O Segredo dos Seus Olhos, (Argentina)
Melhor Direção de Arte – Rick Carter, Robert Stromberg, Kim Sinclair, de Avatar
Melhor Fotografia – Mauro Fiore, de Avatar
Melhor Mixagem de Som – Paul N.J. Ottoson, Ray Beckett, Guerra ao TerrorMelhor Edição de Som - Paul N.J. Ottoson, Guerra ao Terror
Melhor Figurino – Sandy Powell, The young Victoria
Melhor Edição – Bob Murawski, Chris Innis, Guerra ao Terror
Melhor Maquiagem – Barney Burman, Mindy Hall, Joel Harlow, Star Trek
Melhor Trilha Sonora – Michael Giacchino, Up Altas Aventuras
Melhor Canção Original – The Weary Kind, Coração Louco
Melhor Documentário de Longa Metragem – Louie Psihoyos, Fisher Stevens, The Cove
Melhor Documentário de Curta Metragem – Roger Ross Williams, Elinior Burkett, Music by Prudence
Animação de Curta Metragem – Nicolas Schmerkin, Logorama
Melhor Curta Metragem – Joachim Back,Tivi Magnusson, The New Tenants

domingo, 7 de março de 2010

“...Por isso não provoque, é cor de rosa choque...”

Rita Lee faz show em São Paulo na véspera do dia Internacional da Mulher e comemora seus 40 anos de carreira com músicas inesquecíveis


Na última sexta-feira e no sábado a roqueira Rita Lee apresentou-se no Credicard Hall, na zona sul de São Paulo e estendeu o tapete para o dia Internacional da Mulher com toda sua irreverência. A casa estava lotada nos dois dias de show, fãs de diversas idades ouviram e viram as típicas interpretações de Rita de grandes sucessos que marcaram sua carreira de mais de 40 anos. Além da família no palco, ela cantando, o filho Beto Lee e o marido Roberto de Carvalho, o cover oficial de Michael Jackson no Brasil participou do show e levantou o público que parecia realmente ver o eterno cantor pop.

Rita Lee resolveu experimentar um novo roteiro de show e sentindo-se em casa, como refere-se ela ao falar de São Paulo, sua cidade natal, permitiu erros e reparos em toda a apresentação e sempre recebendo o afeto do público que lhe aplaudia ao fim de cada música. Sucessos como “Erva Venenosa”, “Luz del Fuego” e “Doce Vampiro” não ficaram fora do show, além de “Ovelha Negra” que fez todo mundo cantar junto com Rita. O humor da cantora é sempre bem vindo para aqueles que a acompanham, falando de política e tantos diversos assuntos que descontraidamente são citados por ela.



No início de sua turnê pelo Brasil, Rita Lee cantava músicas do novo álbum “Multishow Ao Vivo - Rita Lee”, produzido pela emissora Global, porém uma mudança de planos foi feita durante suas apresentações e outras músicas foram colocadas no lugar de outros grandes sucessos que fizeram falta no show. Porém nada faria com que falhassem os planos de Rita, pois não há quem coloque defeitos num espetáculo desta grande roqueira que ainda presenteou o público com músicas da Tropicália, usando uma peruca retratando as cabeleiras típicas daquela época, como a de Caetano Veloso, “Baby”, “Panis et Cirsenses”, “Bat Macumba” e “Alegria, Alegria” deram o tom de nostalgia ao show.

Toda irreverência de Rita, seu grande compromisso com a música e seu afeto com o público, como foi bem demonstrado no show, quando ela pediu para que os seguranças não censurassem nenhuma manifestação dos fãs, no instante em que muitos correram para frente do palco, fazem dela um dos valiosos exemplos da grandiosidade feminina no mundo todo e certamente este foi um show cabal para receber o dia Internacional da Mulher.