quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Loreena McKennitt e a beleza celta de sua música no Brasil

A canadense Loreena McKnnitt trouxe-me uma enorme dificuldade para que eu falasse sobre ela, seu show é quase indescritível. Tudo isso porque sua música transportou-me pra algum lugar longe daquela poltrona, um lugar que era possível ver e ouvir sua canção. No Credicard Hall, em São Paulo, o piano parecia imperar e disputar a vez com a voz da cantora. A pele ia riscando-se com destreza ao arrepiar, quando era possível sentir as cerdas do violino no próprio corpo, como um ato sexual entre a música e o humano. Loreena e a música são uma coisa só!
Quando a música já não cabia mais no corpo ia esparramando entre espasmos, arrepios e lágrimas. Loreena misturava o toque celta, o ritmo oriental e tudo aquilo que inspirava-lhe beleza pelo canto e pelos instrumentos. Não há uma só música em que ela não toca, em todos os instantes seus dedos apropriavam-se de instrumentos e cada canção suspirava vários instrumentos. Suas composições são cheias de nuances, embelezada de notas. Em uma só o piano dobra-se em suas próprias teclas e em cordas e sopros.
Sua violoncelista parecia ter saído de duros confrontos nórdicos. Tocava aquelas cordas como quem sofresse o corpo com as próprias cordas. Parecia tocar-lhe o peito e suar sobre as notas. A beleza culminava-se a todo instante. Atingia ápices orgásticos. Adentrava ao corpo como uma cirurgia só de anestesias.
Loreena é um preenchimento musical de tessitura infinita. Cada canção é um diálogo, um encontro de uma voz inigualável com a sensibilidade instrumental da cantora. Sua voz é um cálice transbordado de beleza!
Não dá pra passar-lhes todas as sensações que senti neste show. Vejam e ouçam o vídeo abaixo, com uma de suas mais belas canções!!! Talvez isso resuma um pouco tudo isso...

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