quinta-feira, 17 de junho de 2010

“Estranho Casal” segue em cartaz em São Paulo com sucesso de bilheteria


Desde janeiro, em São Paulo, a peça “Estranho Casal” está em cartaz, com sucesso de bilheterias no mundo inteiro, o espetáculo já teve 922 montagens com cerca de dez milhões de espectadores. A comédia continua em cartaz no Teatro Renaissance atraindo uma diversidade de público para assistir a um discurso nada formal entre dois amigos solteirões.

Recém separado da mulher, Felix, interpretado pelo ator Edson Fieschi, se muda para a casa do amigo Oscar, vivido por Carmo Dalla Vecchia, que é um homem desleixado, solteiro também, vive na bagunça e à procura de diversões com mulheres. Toda sexta-feira os amigos se reuniam no apartamento de Oscar para partidas de poker, com a mudança de Felix, obcecado por limpeza, as coisas acabam mudando na rotina da casa e os dois amigos acabam parecendo um verdadeiro casal enquanto discutem suas diferenças.

As trocas dos elementos cenográficos são feitas de uma maneira bem interessante, à meia luz, apenas das luminárias das paredes do apartamento, os outros 4 personagens, parceiros de poker é que fazem a troca dos objetos da cena, retiram a mesa, põe a mesa, cadeiras e etc, tudo feito com muito humor para entreter o público enquanto a parte técnica é mesclada com a artística. Duas personagens ainda participam das cenas, onde Oscar tenta conquistá-las e ajudar o amigo Felix a sair da tristeza de sua separação.

A comédia tem uma boa pitada de humor, não tanto, mas tem, tudo depende a que o público relaciona, muitos ali já viveram situações parecidas, então quando o roteiro de uma comédia aproxima-se da realidade do espectador tudo torna-se mais engraçado, porém não deixa de ser um bom texto, com direção de Celso Nunes e adaptação e tradução de Gilberto Braga e peça de Neil Simon tem a sacada de pensarmos que o título remete a um casal gay, porém não é, e por isso é um estranho casal. O tempo todo a obsessão de Felix pela limpeza vai divertindo o público, enquanto Oscar o pirraça com suas porquices e desleixos. Por alguns instantes o assunto pode parecer redundante demais, a peça acaba se estendendo um tanto no assunto, mas não se perde no roteiro, o fio da meada é sempre retomado, ora com a agonia de Felix, ora com o incômodo de Oscar.

A cenografia de José Dias não deixa duvidar que estamos diante de um apartamento no 12º andar, podem haver falhas em alguns batentes e na pintura, porém alguns retoques devem ser refeitos em outras apresentações, levando em conta que no transporte dos elementos cenográficos algumas partes acabam machucando, mas tudo foi bem caprichado e desenhado conforme uma sala de estar e as entradas para outros ambientes. A profundidade de cada local, bem como varanda, quartos, cozinha e banheiro, é bem trabalhada, dando melhor imaginação ao espectador. Os efeitos sonoros ainda são um pouco amadores, os barulhos não são tão bem ecoados, acabam perdendo a sensibilidade do que é real, para o que sai de uma caixa de som. Paulo César Medeiros foi criterioso na iluminação e soube usar com poucas cores o essencial para um apartamento e para o jogo de luzes na troca dos objetos do palco. O figurino elegante de alguns personagens e o despojado de outros caracteriza muito bem a personalidade de cada um, Ney Madeira, soube colocar a cada personagem o corte ideal para seu perfil.

Recomendo “Estranho Casal” a todos que querem se divertir com o convívio de dois diferentes amigos, algo de cotidiano, mas que é engraçado quando visto dentre quatro paredes. A peça segue em cartaz no Teatro Renaissance, no próprio hotel, na Al. Santos 2233, em São Paulo, de sexta a domingo com ingressos entre R$ 70,0 e 80,0 até agosto.

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