segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Beatriz Segall e Herson Capri em “Conversando com Mamãe”
A capital paulista recebe mais uma saborosa produção de Sandro Chain, a comédia “Conversando com Mamãe”, longa do argentino Santiago Carlos Oves, com a versão teatral de Jordi Galceran, tradução de Pedro Freire e a leve e precisa direção de Susana Garcia. O roteiro é sensível e cômico, capaz de emocionar com muito humor.
Beatriz Segall dá vida à graciosa mãe do espetáculo, com fantástica interpretação e um incrível trabalho de cenas ao lado de Herson Capri, que vive o filho Jaime. O roteiro leva o público ao palco, retrata o ser materno que há em toda mãe e as verdadeiras características de um filho, permitindo-nos a imediata identificação. Jaime era um homem de negócios, frustrado pela crise economica tenta salvar as finanças idealizando a venda do apartamento em que mora sua mãe, desde aí começa a confusão familiar contracenada entre dois personagens. A grande implicancia da irredutível mãe é com a sogra de seu filho, com quem faz inúmeras piadas e arrebata a graça do público. Diversos assuntos familiares são postos à cheque no espetáculo, enquanto Jaime é silenciado pelas histórias da clássica mamãe, mas que também não deixa de lado o marcante perfil irreverente.
O texto é simplório, não emplaca nenhum clímax, porém torna-se próximo ao público enquanto revela a intensa relação entre mãe e filho, além de mostrar a estupenda comicidade de Beatriz, facilmente dirigida por Susana Garcia. É fácil levar ao gosto do público uma senhora simpática, simples, sensível e nada puritana, e isso é a madura inteligência deste roteiro. Capri banha-se da sabedoria cênica de sua companheira de palco, e também mostra o versátil e firme ator escolhido categoricamente para o papel.
Paulo César Medeiros é responsável pela arte moderna da luz, vestindo o palco com cores simples e tons pontuais para as cenas. O cenário de Marcos Flaksman retrata ligeiramente a classe social que torna mais simples a relação entre os personagens, e que faz o público sentir-se em casa. Kalma Murtinho é a figurinista das trocas que regam o roteiro com total harmonia. A sensível trilha sonora de Alexandre Elias contempla ainda mais a direção de Susana, que rege este grupo compatível ao seu brilhante trabalho.
Os atores demonstram perfeita sintonia, necessária para a relação proposta pelo texto. Os movimentos, tons de voz e a concentração dramática de Beatriz e Capri vigoram o espetáculo com a bela e respeitosa construção do humor. As cenas ganham sentido, enquanto o roteiro desenrola-se pela sabedoria artística de uma das melhores duplas em cartaz atualmente. Cada gesto e fala aproximam o público para uma realidade retratada pelo espelho que é “Conversando com Mamãe”.
A peça está em cartaz no Teatro Folha, em São Paulo, sob a realização da Chaim Produções e Capri Produções, com uma folgada e disputada temporada até 18 de dezembro. O preço para sextas às 21h30 é de R$ 50,0 e R$ 60,0. E aos sábados às 20h e 22h e domingos às 19h30 é de R$ 60,0 e R$ 70,0. Os ingressos são vendidos pela internet, no Ingresso.com e na bilheteria do teatro. “Conversando com Mamãe” é patrocinado pelo Banco Volkswagen.
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