quinta-feira, 15 de setembro de 2011

“Varekai”, a superprodução do Cirque du Soleil estreia em São Paulo


Chegou ao Brasil o maior circo do mundo, com 58 perfomers, uma tenda gigantesca pesando mais de 5 mil kilos e muita acrobacia e cores. Varekai foi o espetáculo escolhido para desembarcar em São Paulo, com o Cirque du Soleil, sob a criação e direção de Dominic Champagne, um mundo de etnias resume-se a um perfeito tema cigano sobre um esplêndido picadeiro.

“Onde quer que seja”, é o significado de Varekai na linguagem cigana, assim Dominic presta a grandiosa homenagem a alma nômade, à sedutora e animada vida gitana, com personagens enigmáticos, engraçados e belos. Para o Cirque, os clows não são somente personagens com narizes vermelhos, pois eles vão muito além disso. Com o roteiro, é possível viajar por inúmeros estilos musicais, onde o som embala-se pelas cenas, ao contrário dos musicais teatrais. Porém, Varekai também é teatro, balé, contorcionismo e acrobacia. Varekai é um globo de culturas, vislumbrando o batuque cigano descoberto por Ícaro, que encontra-se em seu desejo de viver sem agregar limites, renascendo em branco inocente e vulneravelmente conquistado pela Noiva, a engrenagem de sua metamorfose.

O humor, como em toda arte circense, desce ao espetáculo como um bom gole refrescante, os clowns interagem com o público, o convida a brincar no picadeiro e fazem da simplicidade a elegância do riso. Num arco, desce do topo da tenda uma bela moça variando movimentos, o Aerial Hoop é uma permormance conhecida, mas sempre muito ousada pelo equilíbrio. Os Icarian Games também trazem a força dos corpos e equilibram-se entre a sintonia de cada artista. A Georgian Dance exibe um ato de batidas ciganas com coreografias históricas inspiradas nas lutas Geórgicas contra as forças que tentaram dominar o seu território. O Solo on Crutches nos permite viajar na imaginação do criador, um homem com duas muletas evoluí-se em movimentos impulsionados pelo entusiasmo e equilíbrio.

A iluminação, de Nol Van Genuchten, é uma cascata de ideias, de cores sintilantes e estudadas para desenhar as cenas e refletir-se no cenário florestal de árvores que ganham sentido pelas escaladas dos personagens observadores, assinado por Stéphane Roy. O palco conta com cinco alçapões e embocam os personagens iludindo o público para o sumiço destes. O The Catwalk é um caminho suspenso, por onde é possível refugiar personagens e encaminhar aparelhos, sua estrutura lembra uma imensa espinha de um pássaro, tornando o sentido paralelo ao tema de liberdade do roteiro. No alto, uma passagem chamada The Lookout recolhe personagens e revelam novas criaturas que descobrem-se ao mundo de Varekai, que para Ícaro tornam-se familiares com o tempo.

O Guia é o personagem que traz a luz aos caminhos, sempre acompanhado do Vigia, emplacando aplausos pela ótima interpretação de humor. Nosso idioma é sutilmente arriscado pelos personagens, que demonstram respeito à turnê. O Vigia é um cientista que reserva coleções de memórias do mundo, traz a cultura dos sons e dos sinais para a comunicação com os demais personagens. Os trapézios são de praxe nos roteiros circenses, quatro jovens exibem a perfeita sincronia no Triple Trapeze, enquanto os Water Meteors registram a agilidade de movimentos dos pequenos orientais sustendando cordas com bolas metálicas nas extremidades. O Slippery Surface traz acrobatas que deslizam no palco, com diversas cores e efeitos, e os artistas mais ousados do espetáculo realizam um número de aterrisagem, com o Russian Swings, embalados por balanços que os arremeçam simultaneamente um contra o outro. Uma jovem chega ao palco com o Handbalancing on Canes, suportado o próprio corpo sobre totens, desafiando a flexibilidade e a força. Ela despede-se do espetáculo levando Ícaro ao ar, que antes abria o show com uma rede suspensa valseando ao ar.

Varekai é um beijo na arte de fazer arte, um relacionamento íntimo com os figurinos exuberantes de Eiko Ishioda, mesclando tons vívidos em lycras nobres, junto ao make-up inigualável de Nathalie Gagné, que demonstra o design em rostos. Varekai é a música de todos os cantos do mundo, dos sopros europeus, dos batuques latinos e gitanos, das guitarras americanas e do lirismo nato do Cirque du Soleil, nas vozes dos personagens: O Patriarca e A Musa. Varekai é o embrenhar do homem na curiosidade, debruçado ao calor de um vulcão. É um olhar analítico sobre as danças e as belezas refletidas em tons vívidos de iluminação, é ainda uma direção fantástica da variedade teatral, burlesca e clássica.

Varekai, do Cirque du Soleil, estreou em Montreal, no ano de 2002 e já foi visto por mais de 6 milhões de pessoas em mais de 15 países. O espetáculo está em São Paulo, com a Grand Chapiteau (Grande Tenda), no Parque Villa Lobos, pela realização da Time For Fun e o patrocínio exclusivo do Bradesco. Os ingressos variam entre R$ 395,0 e 140,0 para apresentações de terças aos domingos. Em turnê, Varekai ficará em São Paulo até novembro, em seguida partirá para o Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Recife, Salvador, Curitiba e Porto Alegre.

3 comentários:

  1. Cirque du Soleil é um espetáculo que vale a pena cada centavo gasto! Incrível que independente do espetáculo ser fixo ou móvel (que faz tour pelo mundo)eles conseguem ser, no mínimo, perfeitos!
    Não perco de jeito nenhum o Varekai aqui em Salvador :D mal posso esperar!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Adoreiiiiiiiiiiiiiiiiiiii foi um lindo espetaculo aqui no Vila Lobos em São Paulo. Até comprei o dvd que eles vendem gravado em Toronto. Um dos melhores espetaculos que ví. simplemente magico...

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