sábado, 10 de abril de 2010

Com “Amor, festa e devoção” Maria Bethânia encanta o publico paulistano


Na última sexta-feira Maria Bethânia desembasrcou em São Paulo para mais uma vez emocionar o público com seu show “Amor, Festa e Devoção”, de seu próprio roteiro, junto a Fauzi Arap. Com músicas inéditas a intéprete mais aclamada da MPB inaugurou sua turnê ainda no ano passado, e agora no Citibank Hall ela traz romance, alegria e fé, sempre de branco e valseando sobre o palco banhado a rosas e com os pés descalços.

O show foi inteiramente dedicado a sua mãe dona Canô, a quem Bethânia dedica especialmente uma música e demonstra ainda mais emoção em sua interpretação. Assistir Maria Bethânia sobre uma arena, como diz Bibi Ferreira quando refere-se ao palco, é ouvir, ver e ler, é um teatro, um musical, um poema vivo. Bia Lessa comanda a direção do show, com uma banda singela e expressiva sob a regência de Jaime Alem. As músicas ganham intervalos poéticos e costuras que viajam o tempo, por instantes parecemos adentrar numa galeria de arte, outrora numa singela casinha do interior onde cantam-se músicas brejeiras e bem sertanejas. “ Tua” e “Encateria” ainda são recentes composições muito aplaudidas pela platéia e que serenam em meio a composições imortais de Vinícius de Moraes, Chico Buarque e Caetano Veloso, que nunca faltam nas interpretações de Bethânia.

Um vasto repertório não deixa o show calar-se em momento algum, de tempo em tempo a banda vai esmaecendo o som ressaltando apenas a voz de Maria Bethânia. Eclética e intensa ela traz músicas que extasiam a todos que ouvem, não basta uma boa letra para encantar alguém, mas dê essa letra à voz de Bethânia que ela faz o intocável show. “ Feita na Bahia” e “Santa Bárbara”, ambas de Roque Ferreira nos fazem ficar ainda mais próximos de sua terra natal, “Ê Senhora”, de sua tão queridinha e elogiada Vanessa da Mata, “Drama” e “Não Identificado” de Caetano Veloso, e outras músicas de compositores respeitosos dão romance, agito e fé ao show, como também “Estrela”, de Vander Lee e “Explode Coração” de Gonzaguinha.

O tempo que se passa no show é o privilégio de encantar a alma com a baiana soberana da música popular brasileira, é um momento de apreciar os acordes serenos, de sertão, de terreiro e de carinho, é um instante de saudade e prospecção daquilo que sentimos sempre e chama-se amor. Muita coisa torna-se indescritível, pois cada um sente Bethânia de uma forma particular.

Ainda há tempo para encantar-se e saborear dos batuques, das cordas brejeiras e dos tons sobre tons flauteados pela voz de Maria Bethânia, até este domingo e no próximo final de semana São Paulo ainda deitará a lua sobre o Citibank Hall, enquanto ela ecoa sua voz por aqui, quando depois partirá para Maceió e em seguida para a Europa, seguindo sua turnê encantando e amando sua música.

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