sexta-feira, 15 de junho de 2012

Disney On Ice comemora 100 anos no Brasil


Sentadinhos, com os baldes de pipocas nas mãos os pequenos e os pequenos grandões aguardavam deslizar sobre o gelo os famosos personagens do mundo da Disney, que eternizaram canções e histórias em várias gerações. No Ginásio do Ibirapuera, nesta última quinta-feira, estreou em São Paulo o espetáculo musical “Disney On Ice – 100 Anos de Magia”, desfilando princesas, heróis, peixinhos e os anfitriões Mickey Mouse e Minnie na pista de gelo mais famosa do mundo.

Lá fora encontrei algumas princesinhas, que alternavam entre os vestidos da Cinderela e da Branca de Neve, e as orelhas piscantes dos famosos ratinhos das histórias infantis, na cabeça. No ginásio a pista ganhava cor sob os raios cintilantes de luz criados por LeRoy Bennett, pontualmente, Mickey e Minnie passavam pelo cenário castelar que expelia faíscas festivas e a dublagem original que nos remete imediatamente a infância, e fez-me extasiar diante dos meus personagens prediletos. O Pato Donald, com sua preguiça e seu “quá, quá, quá” atrapalhado vinha com o encanto nos olhos de Margarida deslizando no gelo anunciando Aladdin e o azulado Gênio da Lâmpada, que multiplicou-se espalhando sorrisos e acrobacias pelo palco gelado. Nemo, o peixinho laranja de faixas pretas, também desfilou suas nadadeiras ao lado de Dory, enfrentando um imenso tubarão.
Uma princesa despontava pela porta do Castelo que ampliava suas torres iluminadas pelo céu roxeado da Walt Disney, criando um facho do conto francês mais famoso que atravessou oceanos para levar encantamento. A Bela patinava e era cortejada pela Fera, que num estouro ganha os louros e a suntuosidade de um príncipe. A valsa é precedida pela entrada do encontro de princesas e os movimentos lindamente executados pelos bailarinos. Branca de Neve e o príncipe giram pela pista, também Jasmine e Aladdin, a Cinderela e o príncipe que lhe recolhe o sapatinho pousado ao meio da pista, Ariel e o Príncipe Eric bailam junto as bolhas de sabão que deitam no gelo, e sobrevoam as cabeças de todos nós. Ao meio, uma rosa vermelha gira nas mãos de Bela, que é elevada aos ombros de seu príncipe encantado, quando então padece o escuro para o segundo ato do espetáculo.

O fantástico mundo da Disney foi criado por Walter Elias Disney, conhecedor dos diversos campos da arte. Ainda jovem, criou uma pequena produtora, junto ao irmão, para animar contos de fadas. Em Hollywood distribuiu seus filmes e arrecadou um bom dinheiro. Seu primeiro grande sucesso, Alice e Oswald, personagens dos contos de fadas, foi roubado pelo patrão, em Nova Iorque, porém Mickey Mouse nasceu para revolucionar as histórias infantis.
Competindo com o sucesso do personagem gato Félix, um filme animado, onde Mickey contracenava com Minnie passou a dar origem aos outros personagens de Walt. Durante a Segunda Guerra Mundial, Walt foi convidado para produzir desenhos animados de treinamento aos soldados dos Estados Unidos. Nesta época o governo soviético proibiu a exibição de filmes, pelo teor comunista que os tinham. Com a empresa arruinada, após a Guerra, Cinderela salvou a Walt Disney. Em 1955 inaugurou o maior parque temático do mundo, na Flórida, a Disneylândia, sonho de muita gente. Com a morte de Walt, a empresa passou por diversas mãos, e foi dividida em ações. Hoje detém uma junção com os estúdios Pixar, de Steve Jobs, ampliando o campo produtivo da Disney. Isso também fez com que o então CEO da Apple tornasse o maior acionista da Walt Disney Company.

Walt Disney foi o maior vencedor do Oscar e um dos homens mais inspiradores para o mundo.

Com roupas de gala, Mickey e Minnie brilham a pista de gelo e os olhos dos espectadores. Algumas crianças puderam passear no trenó, quando entrou o Grilo falante trazendo a história de Mulan. Quando os Hunos invadem a China, Mulan vai servir as tropas de defesa no lugar de seu pai, que andava adoentado. Trajada de homem, destaca-se no exército e salva a China da invasão. Adentra ao cenário, embalada pelo ritmo chinês e o cortejo do capitão Shang, quando a neve sopra pelos ares do espetáculo. Um baile de bonecas ascende as lampadazinhas do cenário e espalha balé e acrobacias no gelo, com alegorias impecáveis e total harmonia. A família de heróis Os Incríveis mostraram sua elasticidade e irreverência, arrancando sorrisos pelo público.
Jessie, Woody e Buzz Lightyear cantam Toy Story e completam o jogo de bonecos da Disney, não antes do nariz crescente de Pinóquio, que enfrenta a imensa baleia para salvar seu criador, Gepeto. Pinóquio ganha vida, quando desce à pista, içada por uma balança iluminada, a fadinha que também diminuí seu nariz depois das mentiras que contou ao pai.

O espetáculo ia ganhando o seu desfeche, quando Timão e Pumba entraram cantando “Hakuna Matata” junto ao público de pé cantando uma das mais famosas músicas da Disney. O Rei Leão valseava pelo gelo trazendo todos os personagens despedindo-se sob a salva de palmas, sorrisos e o brilho nos olhos de cada espectador.
Cada figurino é uma obra de arte, os patins são elaborados particularmente de acordo com cada roupa, desde os saltos às botas e as sandálias. Scott Lane é a responsável por toda essa arte das vestes. Sarah Kawahara ensaiou as coreografias, enquanto David Potts reservou a beleza cênica e teatral em cada conto. São 60 personagens dirigidos por Kempel Beard Stan, que despertam a infância em cada um de nós.
As orelhinhas iam deixando de piscar, o algodão doce desapareceu, a pipoca acabou, e há 100 anos a turma do Mickey e da Minnie continuam encantando milhares de pessoas. Eles estarão em São Paulo, no Ginásio do Ibirapuera até o dia 24 de Junho, num espetáculo realizado pela Times For Fun.

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