Sentadinhos,
com os baldes de pipocas nas mãos os pequenos e os pequenos grandões aguardavam
deslizar sobre o gelo os famosos personagens do mundo da Disney, que
eternizaram canções e histórias em várias gerações. No Ginásio do Ibirapuera,
nesta última quinta-feira, estreou em São Paulo o espetáculo musical “Disney On
Ice – 100 Anos de Magia”, desfilando princesas, heróis, peixinhos e os
anfitriões Mickey Mouse e Minnie na pista de gelo mais famosa do mundo.
Lá
fora encontrei algumas princesinhas, que alternavam entre os vestidos da
Cinderela e da Branca de Neve, e as orelhas piscantes dos famosos ratinhos das
histórias infantis, na cabeça. No ginásio a pista ganhava cor sob os raios
cintilantes de luz criados por LeRoy Bennett, pontualmente, Mickey e Minnie
passavam pelo cenário castelar que expelia faíscas festivas e a dublagem
original que nos remete imediatamente a infância, e fez-me extasiar diante dos
meus personagens prediletos. O Pato Donald, com sua preguiça e seu “quá, quá,
quá” atrapalhado vinha com o encanto nos olhos de Margarida deslizando no gelo
anunciando Aladdin e o azulado Gênio da Lâmpada, que multiplicou-se espalhando
sorrisos e acrobacias pelo palco gelado. Nemo, o peixinho laranja de faixas pretas,
também desfilou suas nadadeiras ao lado de Dory, enfrentando um imenso tubarão.
Uma
princesa despontava pela porta do Castelo que ampliava suas torres iluminadas
pelo céu roxeado da Walt Disney, criando um facho do conto francês mais famoso
que atravessou oceanos para levar encantamento. A Bela patinava e era cortejada
pela Fera, que num estouro ganha os louros e a suntuosidade de um príncipe. A
valsa é precedida pela entrada do encontro de princesas e os movimentos
lindamente executados pelos bailarinos. Branca de Neve e o príncipe giram pela
pista, também Jasmine e Aladdin, a Cinderela e o príncipe que lhe recolhe o
sapatinho pousado ao meio da pista, Ariel e o Príncipe Eric bailam junto as
bolhas de sabão que deitam no gelo, e sobrevoam as cabeças de todos nós. Ao
meio, uma rosa vermelha gira nas mãos de Bela, que é elevada aos ombros de seu
príncipe encantado, quando então padece o escuro para o segundo ato do
espetáculo.
O
fantástico mundo da Disney foi criado por Walter Elias Disney, conhecedor dos
diversos campos da arte. Ainda jovem, criou uma pequena produtora, junto ao
irmão, para animar contos de fadas. Em Hollywood distribuiu seus filmes e
arrecadou um bom dinheiro. Seu primeiro grande sucesso, Alice e Oswald,
personagens dos contos de fadas, foi roubado pelo patrão, em Nova Iorque, porém
Mickey Mouse nasceu para revolucionar as histórias infantis.
Competindo
com o sucesso do personagem gato Félix, um filme animado, onde Mickey
contracenava com Minnie passou a dar origem aos outros personagens de Walt.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Walt foi convidado para produzir desenhos
animados de treinamento aos soldados dos Estados Unidos. Nesta época o governo
soviético proibiu a exibição de filmes, pelo teor comunista que os tinham. Com
a empresa arruinada, após a Guerra, Cinderela salvou a Walt Disney. Em 1955
inaugurou o maior parque temático do mundo, na Flórida, a Disneylândia, sonho
de muita gente. Com a morte de Walt, a empresa passou por diversas mãos, e foi
dividida em ações. Hoje detém uma junção com os estúdios Pixar, de Steve Jobs,
ampliando o campo produtivo da Disney. Isso também fez com que o então CEO da
Apple tornasse o maior acionista da Walt Disney Company.
Walt
Disney foi o maior vencedor do Oscar e um dos homens mais inspiradores para o
mundo.
Com
roupas de gala, Mickey e Minnie brilham a pista de gelo e os olhos dos
espectadores. Algumas crianças puderam passear no trenó, quando entrou o Grilo
falante trazendo a história de Mulan. Quando os Hunos invadem a China, Mulan
vai servir as tropas de defesa no lugar de seu pai, que andava adoentado.
Trajada de homem, destaca-se no exército e salva a China da invasão. Adentra ao
cenário, embalada pelo ritmo chinês e o cortejo do capitão Shang, quando a neve
sopra pelos ares do espetáculo. Um baile de bonecas ascende as lampadazinhas do
cenário e espalha balé e acrobacias no gelo, com alegorias impecáveis e total
harmonia. A família de heróis Os Incríveis mostraram sua elasticidade e
irreverência, arrancando sorrisos pelo público.
Jessie,
Woody e Buzz Lightyear cantam Toy Story e completam o jogo de bonecos da
Disney, não antes do nariz crescente de Pinóquio, que enfrenta a imensa baleia
para salvar seu criador, Gepeto. Pinóquio ganha vida, quando desce à pista,
içada por uma balança iluminada, a fadinha que também diminuí seu nariz depois
das mentiras que contou ao pai.
O
espetáculo ia ganhando o seu desfeche, quando Timão e Pumba entraram cantando
“Hakuna Matata” junto ao público de pé cantando uma das mais famosas músicas da
Disney. O Rei Leão valseava pelo gelo trazendo todos os personagens
despedindo-se sob a salva de palmas, sorrisos e o brilho nos olhos de cada
espectador.
Cada
figurino é uma obra de arte, os patins são elaborados particularmente de acordo
com cada roupa, desde os saltos às botas e as sandálias. Scott Lane é a
responsável por toda essa arte das vestes. Sarah Kawahara ensaiou as
coreografias, enquanto David Potts reservou a beleza cênica e teatral em cada
conto. São 60 personagens dirigidos por Kempel Beard Stan, que despertam a
infância em cada um de nós.
As
orelhinhas iam deixando de piscar, o algodão doce desapareceu, a pipoca acabou,
e há 100 anos a turma do Mickey e da Minnie continuam encantando milhares de
pessoas. Eles estarão em São Paulo, no Ginásio do Ibirapuera até o dia 24 de
Junho, num espetáculo realizado pela Times For Fun.
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