terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

"Olho para o céu, tantas estrelas dizendo da imensidão / A força desse amor nos invadiu"...

Amor de Janeiro ao Rio de amor

Amar!

E amar de um canto Porém tão perto Vem o Rio, logo em Janeiro
Com verão e samba Ao som de Chico e ao som Bethania

Lá no alto o Cristo e os braços que acolhem
Cá embaixo os teus que me recolhem

Não vejo a hora de chegar ao suplico âmago
Beijos e do teu carinho dar-te um trago

Que seja então infinito Sem nenhum verso errado e nem furos de granito
Vale tudo neste ensaio como vale rima num soneto
Penso-te como o amor de toda a vida e um controlado ímpeto
Espero teus beijos ali na cama Num mesmo berço onde todo mundo ama
Com o coração tão quente quanto o sangue que o aquece a alma

Serão teus olhos que tecerão toda paz que me excitará um instante de calma
É este um amor de neve e de sertão
Como te amo ao despertar dos lírios lá no alto do matão
E lá mesmo iremos contemplar a lua que desperta ao mata-borrão
Um céu e nós como corvos amantes presos a vela que desmancha nossa silhueta ao
lampião

Queridos amantes aqui fica uma suplica de um homem que ama
E ao ouvinte que o amo um dó-ré-mi lhe farei na cama
Dois versos de amor num cálice de vinho que em nossas bocas o sexo derrama
Que daqui nos amemos e outros deste sabor possam provar como parte de seu drama
Um adeus que logo retornará Dois passos e já saudoso meu coração estará

Chegara ao Rio o infinito e ínfimo
O amor que fora fica aqui por perto

Seja na metrópole
Seja Guanabara
Bilhetes de amor serão selos de correspondências que jamais o tempo roerá

Resposta ao tempo (poema resposta ao “Amor de Janeiro ao infinito amor”)

Tive medo de um dia não escrever-te mais
De achar que não te amo mais
Chorei com medo de o amor fenecer
Tive dó de mim mesmo pra que ninguém mais tivesse

Eu não tenho coragem de pensar-me nos braços de ninguém
Vê-se que nem ânimo há de rimar uma só palavra
Tento ainda andar de mansinho pra não lhe acordar
Mas durmo só, como amo só

Calar-me vêm lembranças e ruminar-me os olhos
Sangra a alma triste
Sumo em um deserto de saudades, que esta sim é infinita
Canto sozinho aquela nossa música

Sem teu ouvido pra sussurrar
Sem teus lábios pra dançar meus dedos
Fico aqui sem ir nem vir
Sem ter-lhe o corpo a pesar no meu nem, as pálpebras tuas fechando-me a noite

Nenhum comentário:

Postar um comentário