sábado, 20 de fevereiro de 2010

Quidam, Quidam aux rives du rêve / Quidam, Quidam para as orlas do sonho


E o sonho finalmente desembarcou em São Paulo, o Cirque du Soleil, o maior circo do mundo, montou sua tenda nesta semana e abriu seu espetáculo à partir do dia 19 de fevereiro para o público se emocionar e rir. Com o nome de Quidam, que representa uma infinidade de situações e emoções, o espetáculo traz a história de uma menina de 12 anos que percebe o fim do significado em tudo na vida, furiosa vê que sua raiva vai destruindo o seu pequeno mundo. Passeando por diversas situações ela junta-se a companhia de um palhaço e um companheiro mais misterioso que a leva para conhecer o mundo do maravilhoso, do inquietante e do assustador.

Lançado em 1996 no Canadá, Quidam já passeou por vários países, no palco traz 50 artistas do mundo inteiro que colorem o picadeiro com mais de 250 figurinos em uma hora e meia de apresentação. Os 10 atos dividem-se em impressionantes surpresas. Tudo acontece no círculo do palco, onde palhaços, acrobatas, músicos, bailarinos, atores e ginastas misturam teatro com arte circense. Enquanto nos emocionamos com o que acontece no lado direito do palco, sobre nossas cabeças surgem trapezistas que vão e vem saboreando os olhos dos espectadores, que também riem com os palhaços, que interagem sempre com o público, até mesmo levando algumas pessoas para o palco, e se emocionam com a história apenas em gestos da menina aborrecida com o mundo.

Quidam transmite tranquilidade, quando soam vozes líricas que invadem todo o picadeiro, os atos são acompanhados de música instrumental e da cantoria de Zoé, a pequena jovem que busca diversão e entusiasmo. Quidam desafia o equilíbrio e os limites do corpo, com o Statue, ato em que dois atores se equilibram sobre suas próprias estruturas sem perderem o contato um com o outro. Quidam ainda vai às alturas, onde leva o espetáculo, em grande parte, suspendendo artistas por cordas, panos e arcos. Nas cordas, voando sobre o palco, dois brasileiríssimos artistas, a gaúcha Denise Wal e o baiano Jailton Carneiro, revezam a beleza de seus movimentos com a concentração e leveza no Spanish Webs. Eles são apenas dois de tantos brasileiros que compõe o corpo de acrobatas e bailarinos de diversos espetáculos. “Eles descobriram nossa forma de fazer. A gente traz alegria. É o nosso jeito de fazer”, disse Denise referindo-se a visão que o Cirque du Soleil tem aos brasileiros.

Quando, em 1982, em Quebec, um grupo de artistas resolveu organizar um festival de rua que logo agruparia algumas pessoas que criariam um grupo chamado Cirque du Soleil, Guy Laliberté, diretor, certamente jamais imaginaria que mais de 80 milhões de espectadores assistiriam mais de 15 diferentes espetáculos no mundo inteiro. Aqui no Brasil já tivemos a oportunidade de receber Saltimbanco, Alegría e o mais itinerante de todos, que já ocupou sua tenda em 8 cidades do Brasil, agora em São Paulo e futuramente em Porto Alegre, o Quidam. Em entrevista o brasileiro Jailton, artista do Cirque ressalta seu contentamento de voltar à cidade de origem, Salvador, que recebeu pela primeira vez um espetáculo do itinerante mundano, para se apresentar: “Foi uma realização voltar para Salvador com o Cirque. Estavam todos lá, meus pais, familiares e meus amigos do Circo Picolino.” E ainda conta de como os produtores do Cirque du Soleil veem os brasileiros: “Eles gostam muito de trabalhar com os brasileiros. Eu fiquei impressionado com o nível de aprendizado do brasileiro para o do canadense, quando fui convidado para participar do grupo. Nós estamos muito bem preparados aqui”.

O Cirque du Soleil ainda apóia 25 projetos sociais com a Rede Circo do Mundo, aqui no Brasil. Em exibição do espetáculo Quidam para a imprensa e crianças do Instituto Bradesco, nesta quinta-feira, foi inaugurado um painel elaborado por 12 jovens e um artista plástico do programa Lona das Artes, de Campinas, um dos projetos apoiados pela Rede Circo do Mundo. Após a passagem do Cirque por São Paulo a obra será vendida e o valor arrecadado revertido para a instituição apoiada, como já foi feito com outros projetos nas outras cidades que receberam o espetáculo.

O Quidam chegou ao Brasil em março de 2009 em Fortaleza, e encerrará suas apresentações em maio deste ano em Porto Alegre. Por enquanto ficará em São Paulo, no Parque Villa Lobos, até abril, quando os ingressos poderão ser comprados pela Ticketmaster com valores que variam entre $190,00 a 680,00 reais.

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