Estou
correndo o risco de ser apedrejado pela turminha que compra essas mídias
instantâneas, mas é o que paga-se pela opinião. O que posso dizer é que já deu,
tá bem chato ver as milhares de visualizações a uns clipes no estilo novelinha
mexicana e canções rabiscadas num diário de adolescente.
Tem
gente enganchado na carreira dos outros, tem gente procurando a saia dos
padrinhos e tem quem enfie-se na mídia de massa que já deixou de peneirar a
programação há anos. Tipo esses pagodinhos e funkeiros que nem pra encherem as
lajes dos churrascos eu admiraria.
Bater
no nome do pai é fácil, o difícil é honrar a soberania do sobrenome. É dela
mesmo que eu estou falando... Filha de Gilberto Gil e afilhada de Gal Costa,
mas não vejo trilhar na linha tênue entre os dois grandes astros. Pra mim ela é
só a Preta Gil. Que canta mal e que é chata. Virou pipoca de auditório da TV
Globo, em tudo enfiam ela. Tá feito produto que serve pra tudo dentro de casa.
Voz, letra e melodia passam longe. Mas tá lá, apoiada nas causas das minorias,
ou maiorias, e enchendo casa de público. Isso pra mim nunca significou boa
música. Vai ser difícil chegar aos anos de carreira, ao suntuoso repertório e
ao seletivo público da madrinha e do pai.
Eles
também gostam de regravar tudo que já salvou a musicalidade brasileira em
tempos passados. Acham que um CD ainda pode fazer o mesmo sucesso que o vinil, que
fazia, mas com a solenidade das vozes consagradas. Acho bem difícil Maria Gadu
preencher todas as playlists do Globo de Ouro. Só se for o Globo de Ouro de
hoje em dia, que convenhamos, está mais pra latão barato.
As
rádios tornaram-se um grande escambo de lixo e dinheiro. Depositam nos falantes
toda a catarse fora do genial e um bocado de propagandas chatas, que
distanciam-se cada vez mais a genialidade da época de ouro também da
publicidade. Mas, isso é outro papo.
Essa
coisa do Filipe Catto regravar até Reginaldo Rossi, não é legal nem pro garçom
que tem que ouvir tudo que toca no bar. “Garçom” é pro Reginaldo, não pra ele.
Do resto do repertório eu até gosto. Mas não é bom sair por ai como a estrela
do futuro. Porque o futuro está a Deus dará... falando-se de música.
Que
coleções teremos no futuro? Será possível construir coletâneas do tipo Gal,
Buarque, Bethânia, Caetano, Roberto, Erasmo, Rita Lee e tantos outros que são,
hoje, obrigados a espremerem-se no meio desses doces de banquinha jovem? Não
tenho nada contra jovem, eu sou um, mas não um desses fissurados pela marola da
Tulipa Ruiz. Com todo respeito, mas eu acho ela bem chatinha.
Aquele
CD que não é nem amarelo, nem laranja... aquela presença meia morta de palco e
aquela voz sem expressão alguma socada num repertório insosso e impossível de
passar pra segunda faixa. Tulipa Ruiz passa batido por mim, com aquele jeito de
adolescente não desenvolvida... Pra mim é feito musica da molecada, claro, sem
direito a pôster na parede, porque não dá, né?!
Thiago
Pethit, não precisa nem passar pro francês... é pethit de pequeno mesmo. Não
consigo digerir aquela má configuração de um todo. É o chato do chato! Falta
tudo de um tudo... é algo que não é nada. Eu não conheço-o como pessoa, mas eu
jamais queimaria um segundo de cigarro ouvindo seu violão e sua voz de fim de
noite.
Eu
gosto da Clarice Falcão, mais ainda do pai dela. Mas, ainda falta botar mais
sebo nas canelas pra correr conforme o tempo... O repertório com umas palavras
que parecem serem lidas e não cantadas, leva-me a crer que estou defronte a uma
contadora de histórias. Isso não é um defeito, talvez seja uma qualidade. Mas,
ela está no meio de uma legião de “cantores” e “intérpretes” que estão saindo
de uma safra sem lote.
Não
é tão difícil chegar e mostrar a que veio... não é difícil ser bom. Não está
longe compor ou espelhar o gigantismo da música. Música é pra marcar e legislar
épocas. Tem exemplo bom ai, tem Criolo e tem Mariene de Castro.
Tem
uma que me dá preguiça e depressão... vontade de emudecer. Mallu Magalhães,
essa fala por si mesma.
E
não adianta dizer nada. Eles todos estão aí, com altas vendagens de discos e
shows lotados. Mas também, só isso! Quero ver sair dos 3 minutos...
Não
adianta, não vai nascer outra vez nenhum Tim Maia, nem Elis Regina. Tampouco
outro Tom Jobim vai compor e tocar, ou algum Vinícius de Moraes vai poetizar.
Nem quero que isso aconteça. Mas, daria pra fazer melhor do que o que estão
fazendo hoje. Não enterra-se a música como estão fazendo. Nem é pra colocar no
micro-ondas e em 3 minutos achar que está pronto. A música é macarrão
instantâneo? Não né?! Porém, estão fazendo disso... mas, assim como é composta
feito um macarrão instantâneo, também vai durar como tal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário