segunda-feira, 13 de maio de 2013

A música instantânea: em 3 minutos está pronta para consumo imediato!


Estou correndo o risco de ser apedrejado pela turminha que compra essas mídias instantâneas, mas é o que paga-se pela opinião. O que posso dizer é que já deu, tá bem chato ver as milhares de visualizações a uns clipes no estilo novelinha mexicana e canções rabiscadas num diário de adolescente.

Tem gente enganchado na carreira dos outros, tem gente procurando a saia dos padrinhos e tem quem enfie-se na mídia de massa que já deixou de peneirar a programação há anos. Tipo esses pagodinhos e funkeiros que nem pra encherem as lajes dos churrascos eu admiraria.
Bater no nome do pai é fácil, o difícil é honrar a soberania do sobrenome. É dela mesmo que eu estou falando... Filha de Gilberto Gil e afilhada de Gal Costa, mas não vejo trilhar na linha tênue entre os dois grandes astros. Pra mim ela é só a Preta Gil. Que canta mal e que é chata. Virou pipoca de auditório da TV Globo, em tudo enfiam ela. Tá feito produto que serve pra tudo dentro de casa. Voz, letra e melodia passam longe. Mas tá lá, apoiada nas causas das minorias, ou maiorias, e enchendo casa de público. Isso pra mim nunca significou boa música. Vai ser difícil chegar aos anos de carreira, ao suntuoso repertório e ao seletivo público da madrinha e do pai.

Eles também gostam de regravar tudo que já salvou a musicalidade brasileira em tempos passados. Acham que um CD ainda pode fazer o mesmo sucesso que o vinil, que fazia, mas com a solenidade das vozes consagradas. Acho bem difícil Maria Gadu preencher todas as playlists do Globo de Ouro. Só se for o Globo de Ouro de hoje em dia, que convenhamos, está mais pra latão barato.

As rádios tornaram-se um grande escambo de lixo e dinheiro. Depositam nos falantes toda a catarse fora do genial e um bocado de propagandas chatas, que distanciam-se cada vez mais a genialidade da época de ouro também da publicidade. Mas, isso é outro papo.

Essa coisa do Filipe Catto regravar até Reginaldo Rossi, não é legal nem pro garçom que tem que ouvir tudo que toca no bar. “Garçom” é pro Reginaldo, não pra ele. Do resto do repertório eu até gosto. Mas não é bom sair por ai como a estrela do futuro. Porque o futuro está a Deus dará... falando-se de música.
Que coleções teremos no futuro? Será possível construir coletâneas do tipo Gal, Buarque, Bethânia, Caetano, Roberto, Erasmo, Rita Lee e tantos outros que são, hoje, obrigados a espremerem-se no meio desses doces de banquinha jovem? Não tenho nada contra jovem, eu sou um, mas não um desses fissurados pela marola da Tulipa Ruiz. Com todo respeito, mas eu acho ela bem chatinha.

Aquele CD que não é nem amarelo, nem laranja... aquela presença meia morta de palco e aquela voz sem expressão alguma socada num repertório insosso e impossível de passar pra segunda faixa. Tulipa Ruiz passa batido por mim, com aquele jeito de adolescente não desenvolvida... Pra mim é feito musica da molecada, claro, sem direito a pôster na parede, porque não dá, né?!

Thiago Pethit, não precisa nem passar pro francês... é pethit de pequeno mesmo. Não consigo digerir aquela má configuração de um todo. É o chato do chato! Falta tudo de um tudo... é algo que não é nada. Eu não conheço-o como pessoa, mas eu jamais queimaria um segundo de cigarro ouvindo seu violão e sua voz de fim de noite.

Eu gosto da Clarice Falcão, mais ainda do pai dela. Mas, ainda falta botar mais sebo nas canelas pra correr conforme o tempo... O repertório com umas palavras que parecem serem lidas e não cantadas, leva-me a crer que estou defronte a uma contadora de histórias. Isso não é um defeito, talvez seja uma qualidade. Mas, ela está no meio de uma legião de “cantores” e “intérpretes” que estão saindo de uma safra sem lote.

Não é tão difícil chegar e mostrar a que veio... não é difícil ser bom. Não está longe compor ou espelhar o gigantismo da música. Música é pra marcar e legislar épocas. Tem exemplo bom ai, tem Criolo e tem Mariene de Castro.
Tem uma que me dá preguiça e depressão... vontade de emudecer. Mallu Magalhães, essa fala por si mesma.

E não adianta dizer nada. Eles todos estão aí, com altas vendagens de discos e shows lotados. Mas também, só isso! Quero ver sair dos 3 minutos...

Não adianta, não vai nascer outra vez nenhum Tim Maia, nem Elis Regina. Tampouco outro Tom Jobim vai compor e tocar, ou algum Vinícius de Moraes vai poetizar. Nem quero que isso aconteça. Mas, daria pra fazer melhor do que o que estão fazendo hoje. Não enterra-se a música como estão fazendo. Nem é pra colocar no micro-ondas e em 3 minutos achar que está pronto. A música é macarrão instantâneo? Não né?! Porém, estão fazendo disso... mas, assim como é composta feito um macarrão instantâneo, também vai durar como tal.

A última agora é Vanessa da Mata cantando Tom Jobim... não poderia ser pior!

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