segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Angela Ro Ro e seus 30 anos de sucessos

Angela Ro Ro. Foto: Divulgação
É muito difícil encontrar por ai um fã clube de Angela Ro Ro fazendo escândalos em plateias, ou declarando amores pela cantora em todo canto. Confesso que não sei a razão disso, talvez seja pela proximidade que Ro Ro mantém com seu público. Isso é possível notar no show, ela e o público parecem a mesma coisa. E isso evita a tietagem, mas não é um ato proposital da cantora, vem de seu impecável comportamento artístico. Ro Ro encheu a Caixa Cultural de São Paulo no último final de semana, em três dias de shows gratuitos, cantando seus 30 anos de sucessos.


Uma plateia mista, de crianças à idosos. Uma senhora, de cabelos esbranquiçados dizia ter ido apenas para ver como ela estava depois de emagrecer e largar as "porcarias". Para uma artista irreverente, público irreverente!

Quase um stand up comedy... Ro Ro conversa como uma contadora de histórias, picantes e divinas... ou divinas picantes! No modesto salão, que improvisa um auditório, na Caixa Cultural, não caberia seu belo piano. Angela não deu descanso à voz e arriscou o francês em "Ne Me Quitte Pas", além de cantar faixas do seu último lançamento "Feliz da Vida", pela Biscoito Fino.


Angela começou sua carreira tarde, mas já acumulou 30 anos na estrada, com um registro vocal único e inconfundível. Sua rouquidão que desliza nas terminações dos versos quase que beira a beleza de um toca discos. Ro Ro é um dos trunfos da música popular brasileira, por trazer baladas a uma era de banalização musical. Ou talvez, de uma despopularização musical.



Na companhia do maestro Ricardo Mac Cord, a cantora ainda sapecou a obra prima "Amor, Meu Grande Amor" e "Fogueira", de sua autoria, sem perder a oportunidade de homenagear Maria Bethânia, que adotou a canção.

Angela Ro Ro. Foto: Nyldo Moreira


O último projeto de Ro Ro está no Canal Brasil, com o programa "Nas Ondas da Ro Ro", que conta com grandes nomes da música brasileira.

Como qualquer artista, ela depende do apoio de patrocinadores para permanecer firme na zona musical. Sim, zona no sentido de zona!!! Com os financiamentos cada vez mais oprimidos, muitos artistas estão deixando de lado a mais nobre opção de realizar shows. Encontrar Ro Ro num palco é como poder "trepar" ao som de Mozart... sei lá, talvez ela resumisse as coisas assim. Quis escrever esse trecho como ela diria num espetáculo.


"Feliz da Vida", seu último álbum reúne uma gama bacana de artistas, que até parecem heterogêneos. Mas, na companhia de Ro Ro qualquer coisa torna-se homogênea!

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