segunda-feira, 31 de maio de 2010

“Escola de Mulheres”, mais uma comédia clássica de Molière nos teatros


Estreou em março, no Teatro Vivo, em São Paulo, a peça "Escola de Mulheres", de Molière, um famoso dramaturgo francês. Com direção de Roberto Lage e tradução de Millôr Fernandes o texto de mais de 350 anos ainda é assunto para roteiro, e sem dúvidas retrata bem o autoritarismo, individualismo e a relação entre mulher e homem.

Na época em que foi escrito, o texto tinha mais ênfase política, porém, mesmo com a revitalização do roteiro, há temas que não podem ser adaptados, pois ainda permeiam por entre os humanos, como o querer sempre se dar bem, em detrimento de outras pessoas.

Arnolfo, vivido por Oscar Magrini, não suportaria a idéia de ser enganado por sua suposta esposa, a qual mantém enclausurada em sua casa, assim durante anos preferiu não se casar, para cometer aquilo que temia ser-lhe cometido. Arnolfo saia com mulheres já comprometidas e achava-se o grande conhecedor dos adultérios e de seus motivos. Ele tem como criados Alain, interpretado por Geraldo Franco e Georgette, pela atriz Cris Bonna, dois irreverentes personagens que divertem o público com seus trejeitos e costumes. Arnolfo criou uma mulher, desde muito pequena, Inês, vivida por Thais Pacholek, para que crescesse uma moça submissa, honesta, ignorante e dependente, uma jovem de completa inocência. Porém, Inês apaixona-se pelo jovem Horácio, interpretado por Erick Marmo, que é filho do grande amigo de Arnolfo, o velho roceiro, porém muito rico, Oronte, vivido pelo ator Flavio Faustinoni. Contudo, não consuma-se um adultério, visto que Inês e Arnolfo nem chegaram a se casar.

A clássica comédia tira risos do público pela sua inteligência, claro, falando de Molière não há como não citar sua inteligência para fazer o público rir, desde a época de suas escritas. Há uma grande filosofia ao se falar de mulher, e grande comédia ao tratar dos assuntos conjugais, quando exacerbados por critérios como os de Arnolfo. O cenário é dinâmico e acompanha uma luminosidade baixa e quente, com o calor das relações, mesmo tudo sendo tratado com leveza, a intensidade da luz dá o tom de paixão às cenas. As placas cenográficas são artísticas, relembram pinturas da época e deixam o palco singelo, e ao mesmo tempo elegante quando pisado pelos nobres figurinos, que de costura à costura relêem os trajes sociais clássicos.

O espetáculo encerrou sua apresentação no Teatro Vivo, no Morumbi, no dia 30 de maio, porém segue em cartaz em Campinas, de 4 a 27 de junho, no Teatro Shopping D. Pedro, e de julho a agosto em São José dos Campos.

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