segunda-feira, 27 de setembro de 2010

“O Soldadinho e a Bailarina”, estreia 2 de outubro em SP


O musical infantil, “O Soldadinho e a Bailarina”, estreia dia 2 de outubro, em São Paulo, no Teatro Procópio Ferreira, trazendo no elenco Luana Piovani e Pablo Áscoli, sob direção de Gabriel Villela, com o texto adaptado de Gustavo Wabner e Sergio Módena.

O texto é uma adaptação do conto “O Soldadinho de Chumbo”, de H.C Andersen, onde a proposta de Gabriel Villela, convidado para a direção do projeto, era arar o espetáculo com raízes culturais brasileiras. Sofia, a bailarina, interpretada por Luana Piovani, divide o quarto com outros brinquedos, empoeirados e esquecidos pelo menino Euclides, o Boneco de molas chantageia Sofia, pedindo-a em casamento, caso recusasse todos os outros brinquedos sofreriam as consequências. Porém com a chegada do soldadinho de chumbo Perneta a história ganha o tom de romance, ele e Sofia se apaixonam e planejam uma fuga, mas as consequências disso ficam nas mãos do Boneco de molas.

Estive na pré-estreia do musical, que é curto, fica em torno de 55 minutos, tempo bom para um espetáculo infantil, visto que muitos dos mini espectadores ficam inquietos e se manifestam o tempo todo. As danças são de pouca coreografia, não existem tantos movimentos de balé, o que daria muito mais beleza à peça e ilustraria muito mais o título. As canções desenham toda a infantilidade do musical, “Marcha Soldado”, de domínio público, foi muito bem colocada no roteiro, assim como todas as outras, a direção musical é de Victor Pozas e Ernani Maletta, letras de Sergio Módena. Todos os atores participam dos números vocais, a voz de Luana Piovani ainda não está de acordo com o lirismo que os musicais requerem, falta mais afinação. Pablo Áscoli apresenta-se muito bem no palco, assume a rigidez de um boneco de chumbo e veste o desenho de sua maquiagem tal qual um brinquedo. A iluminação de Domingos Quintiliano resume-se numa projeção azulada, deixando o clima mais leve e pueril. O cenário é projeto de Gabriel Villela, que traz elementos como de costume dele, guardas-chuva que são usados para que o espectador imagine uma caixa de bonecas, por exemplo, ou a janela em que os bonecos se debruçam, porém não acho possível que uma criança use tão imageticamente estes recursos, em “Calígula”, que teve direção de Gabriel Villela em 2009 o guarda-chuva também foi utilizado, acredito que este é um recurso que vem se tornando repetitivo demais em produções envolvidas por ele. O cenário é pouco, não poluí o palco, mas também não impressiona, o croqui foi muito fácil, com pouca sensibilidade artística.

Os figurinos são bonitos, porém importados da Hungria, esmaecendo a vivacidade brasileira que poderia aplicar-se, já que todo o projeto foi apoiado no resgate a brasilidade não tem porque usar modelos Húngaros. Além disso, o sobretudo vermelho, que o Boneco de molas usa, também trazido de lá, por Gabriel, dá um tom muito sombrio às cenas em que há sua utilização, o Boneco parece ter uma inspiração muito negativa, que ganha luz avermelhada no palco, ponto negativo pala a iluminação, que já perde toda a leveza que vinha trazendo ao espetáculo, e faz um medo desnecessário, a construção de toda a linguagem poderia ser mais adequada, duvido que muitas crianças entenderam o script dos personagens. O visual da bailarina não está legal, nem parece uma bailarina, remete muito mais a uma camponesa, talvez foi inspirada naquelas bonecas feitas a qualquer modo, sem cuidado e respeito a beleza da atriz.

Quem assina a direção de produção é Maria Siman, a realização é de Luana Piovani Produções e Primeira Página Produções Culturais. O espetáculo ficará em cartaz até 19 de dezembro, aos sábados e domingos, com estreia marcada para o dia 2 deste mês, no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo. O valor da peça é R$ 60,0 um valor extremamente explorador, visto que é um musical infantil, muito bem patrocinado e apoiado pelo Proac, um programa do governo de São Paulo que deveria afogar muito mais os gastos de produção, deixando a bilheteria bem mais barata.

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