quinta-feira, 2 de setembro de 2010
‘Até que o Casamento nos Separe’, a comédia da vida conjugal
O ator, diretor e bailarino Eduardo Martini está em cartaz com mais uma de suas peças humorísticas sobre relacionamentos, ‘Até que o Casamento nos Separe’ está em cartaz no Teatro Ruth Escobar, na sala Dina Sfat, em São Paulo. Com produção de Yara Leite e Adriana Amorim.
O texto de Cris Nicolotti e Eduardo Martini faz uma costura de piadas que resultam na comédia de um casamento que dura há 20 anos, porém cansados da rotina discutem sua relação e relembram passagens da vida conjugal. A atriz Vivi Alfano vive a intensa Maria Eduarda, uma mulher que ama o marido, mas que quer dar um “upgrade” na relação. Otávio, personagem de Eduardo Martini, traz um homem que passa o tempo todo retrucando sua mulher, tudo com um humor de qualidade, sem criar apologias, nem ridicularizar o casamento.
Na estréia do espetáculo, há algum tempo atrás, Cris Nicolotti era Maria Eduarda, porém atualmente a personagem é interpretada pela excelente Vivi Alfano, que vai se engrandecendo no palco, mostrando suas garras artísticas e caracterizando Maria como uma mulher temperada de várias maneiras, ora estérica, ora sarcástica, ora sensual. Ela sempre exibe em seu rosto expressões que acompanham seu ritmo humorístico, quando sensual, deixa que o corpo faça graça, enquanto o rosto descreve a cena. Eduardo Martini é conhecido por seus personagens cômicos, principalmente pela fisionomia que cria na pele do personagem Otávio, que é casado com Maria Eduarda e parece competir quem mais amou, quem deu mais atenção, e aponta sucessivos defeitos na esposa. É notória a presença de palco que Eduardo cria com seu personagem, dirigindo a si mesmo ele cola em suas falas e expressões textos cotidianos, atitudes rotineiras, que muitos deixam passar batido, mas quando expostos por ele sobre um palco não há quem fique sem rir.
A peça, que também fala sobre a importância do amor, desperta no público manifestações, quando falam de si mesmos e identificam-se com os personagens. A primeira cena é feita com os dois atores no palco, um de cada lado, eles fazem um tipo de ‘stand up’, onde trocam lembranças do casamento. Neste momento acredito que seria interessante os dois atores trocarem de lugar em dado momento, para que o público não precise escolher a quem direcionar o olhar. A iluminação raramente é projetada no palco inteiro, o que direciona melhor e restringe o espaço de encenação, deixando a estética do palco muito mais visível, sem que haja o perigo do estouro de claridade no palco. O figurino é ótimo, rápido de ser trocado e serve também como piada para o roteiro, alguns tecidos são iguais ao do outro, outros exuberantes demais e o do casamento é bem prático, fazendo então que a peça destaque-se em todos os detalhes.
Entre viagem, trabalho e casa, todo o melhor do humor que um casamento pode proporcionar está no roteiro do espetáculo, a tpm de Maria Eduarda é o ápice da comédia e da boa interpretação realizada por Vivi Alfano, a personagem esclarece bem como a mulher passa pela tensão, e Eduardo com toda sua experiência e ótima desenvoltura, tanto nas expressões, quanto na resposta cômica ao humor de sua parceira de palco, completa a cena como uma das melhores da peça.
O Teatro Ruth Escobar ganhou uma revitalização artística com peças de grandiosidade textual e de produção, e precisa sempre ser incentivado pelo público e por iniciativas investidoras para manterem o local como uma ótima referência teatral. O espetáculo ‘Até que o Casamento nos Separe’ ficará em cartaz até 28 de novembro, na Sala Dina Sfat, no valor de $ 40,0 de sexta 21:30h e aos sábados 21h.
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