quinta-feira, 21 de outubro de 2010

“O Filho da Mãe”, não há como não sentir-se em casa


A comédia “O Filho da Mãe” é um texto de Regiana Antonini, com direção de Eduardo Martini que entra em cena com o estrelado Bruno Lopes, em cartaz no Teatro Ruth Escobar, em São Paulo, a peça é o retrato fidedigno das relações entre mães e filhos, as pitadas de comédia e emoção misturam-se com música e realidade dando ao espetáculo seu tom de “estamos em casa”.

O texto desenrola a relação entre mãe e filho muito bem costurada por Regiana, que estampa sempre a marca familiar em seus roteiros. Eduardo Martini, que dirige e interpreta Valentina, não deixa de derramar ao deleite cômico da peça sua irreverência e ainda revela-se num estilo diferente do que ele apresenta em seus espetáculos, põe paixão e emoção nas expressões da mãe Valentina e emite uma voz súplica e antecipa as saudades do filho Fernando, interpretado por Bruno Lopes, que partirá para Nova York, onde estudará cinema. Valentina é separada do pai de Fernando, porém deixa sempre escapar a paixão que ainda tem pelo ex-marido, quando com a bela performance de Eduardo leva às inquietudes da personagem esse amor que está intrínseco no texto. A peça conta com momentos de flashback que redesenham a história dos dois, sempre com muito humor e respeito a essa relação de afeto.

O palco é muito bem aproveitado pelo cenário, obra também de Eduardo Martini, os espectadores acabam deparando-se com um apartamento, que tem a história de uma família contada dentro dele, com esse belo trabalho não há como não se sentir em casa. A iluminação de Marcos Meneghessi mantém as cores caseiras que são suficientes para qualquer apartamento, para acompanhar os momentos de emoção da peça ora a luz isola os atores formando uma cena, ora amplia-se para todo o palco. Os figurinos retalham cores bem ornadas, vestem bem às idades de cada personagem e deixam Valentina bem feminina, escondendo qualquer sinal masculino do ator. A costura elegante e bonita é assinada por Adriana Hitomi. Foi uma das poucas vezes que vi uma comédia ser interpretada por várias fisionomias do público, cada mãe identifica-se de uma forma, outras por inteiro, assim como os filhos também, a trilha sonora, de Sergio Luis, acompanha esse clima materno e clássico, Valentina é fã de Tim Maia que vem embalando as cenas com seu swing cômico. Entre as cenas sons de pianos tornam-se lembranças e alimentam a ótima trilha.

A entrega dos atores é muito bacana, a sintonia cresce a cada contato entre os personagens, Bruno Lopes entra um pouco recatado, mas revela-se grande quando não limita-se, de repente, de enxergar sua mãe na personagem Valentina. Eduardo Martini não se preocupa em mascarar sua voz, muda um pouco o tom, mas caracteriza a mãe de uma forma peculiar, como já está acostumado a interpretar mulheres Valentina entra para seu novo álbum. Movimentos, expressões e timbres vocais não cercam a peça só em comédia, mas justificam toda entrega de uma mãe ao filho e a recíproca deste. A sensibilidade da produção fica bem aparente, dirigir e atuar não é uma das mais fáceis tarefas, por isso Vivi Alfano cumpre dignamente a assistência de direção.

Mais uma vez Yara Leite arrebata aplausos para sua produção, ao lado do assistente Bruno Albertini e da administração de Adriana Amorim. A comédia “O Filho da Mãe” ficará em cartaz até 26 de novembro, na Sala Dina Sfat, do Teatro Ruth Escobar às quintas-feiras 21h e sextas 21:30h. Os ingressos custam R$ 50,0 e podem ser comprados na bilheteria do teatro ou pelo ingresso.com na internet. Fotos: Claudia Martini.

2 comentários:

  1. adorei esta comédia..que fala tudo da realidade da nossa vida diária de mãe e filho...
    separação,ciúmes, competições...tudo que envolve família,
    e o trabalho maravilhoso de Eduardo Martine...amei
    uma peça como há muito não via....
    valeu cada minuto...

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  2. sim sim é uma otima peça é uma das primeiras que eu vi mais sera a que mais me lenbrarei ... parabensss foi um otimo trabalho ....

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