sexta-feira, 21 de junho de 2013

Ei, você que ria do Hino Nacional na escola: é hora de cantar sério!


Vou usar a modinha da internet - rir e brincar na hora do Hino: “quem nunca?”

Ainda acontece, o cara de trás cutuca o traseiro do amigo com o dedo... dobra os joelhos pra derrubá-lo. Conta uma piada. Faz paródia com a letra. Careta. Dedo do meio. Tudo muito diferente do que há anos era praticado: mão no peito, postura ereta e sem os plurais nas palavras em que o povo insiste em cantar errado. Qualquer vacilo, a palmatória suava às mãos.

Sem dúvidas, a letra mais bela de todos os hinos no mundo. Isso não é patriotismo, e se for... que seja! É o único Hino em que a poesia é orquestrada. O Brasil pode não ser uma poesia, mas sua representação em música e pavilhão são a expressão notória da poesia.

É dessa poesia que eu venho falar hoje. Tenho ido aos protestos em São Paulo, e até as lágrimas caíram-me nesses dias. Olhar para o alto e adorar aquelas mesmas estrelas que brilham na bandeira, enxugar as vistas com os lenços brancos que penduram às janelas dos apartamentos, os aplausos, os velhos e os novos lado a lado nas ruas, as frases de indignação nos cartazes, os olhos lotados de esperança e vontade, o Brasil com a cara no pavilhão!

Tô fora de falar dos vândalos! Sem visibilidade, eles somem. A mídia está adorando todo tipo de vândalo, afinal, do que viveu a mídia até hoje, se não do sangue?

Estou vendo de volta o Hino Nacional brasileiro nos olhos, nas mãos e na boca do povo. A canção mais bela no ato mais justo, ele não podia faltar. O divino maravilhoso que percorreu os protestos mais gloriosos da história. O Hino estava na voz dos estudantes da Ditadura Militar, estava no calor das Diretas Já, no sentimento de justiça no impeachment do Collor... e hoje, na futura história do presente em que um País saiu de seu coma. O coma que fazia feliz o Governo e a política. O coma que fazia o tripúdio politico para conosco. O coma que arrancou os tubos e passou a respirar um ar que é tão nosso. O Brasil não é dos senhores, políticos!

O Hino Nacional está reescrito em todos os cantos do Brasil... já não é apenas do Ipiranga que ouve-se o povo heróico e bravo retumbante. O sol da liberdade brilha seus raios fugidos do Oiapoque ao Chuí.

O penhor dessa igualdade ainda está sendo conquistado pelos braços fortes, agora sim, podemos usar “braço forte” no plural. Essa é a grandeza mais gloriosa que o futuro desta pátria espelha! O Brasil é um só... tá aí, nas ruas.

Iluminado ao sol do Novo Mundo, de uma nova terra, que não é mais a terra da balburdia e do carnaval da Constituição. Deitado eternamente em berço esplêndido é apenas um verso poético que ganhou movimento. “Paz no futuro e glória no passado”!
O Hino ganhou força, sem palmatórias, sem castigo. Renasceu do meio do povo... cantam juntos no País e no mundo inteiro. Embaixo da flâmula verde, amarela e azul voltamos ao sentido de Ordem e Progresso. É isso que nós queremos.

Isso responde ao que vocês, políticos, ironicamente ainda não entenderam? Vocês não sabem mesmo o que estamos fazendo nas ruas? Ordem e Progresso! É isso...

Minha tia, dona Maria Luzia, cheia de bolinhas de gude nos bolsos, cantava o Hino dos estudantes durante a Ditadura Militar. Minha avó, Marly Batista, estava no bolso das greves que semearam profissões de hoje. Minha mãe, Ylram Batista, pintou a cara de verde e amarelo para depor Fernando Collor de Mello. O que estas duas últimas tem em comum? Além de mãe e filha, são professoras, baianas, mulheres e tem voz. Nenhum preconceito derrubou o direito dessas mulheres. E você, Marcos Feliciano, ainda acha que significa algo para a nação? Você é apenas um suvenir da impunidade. Que, quando cair no chão vai quebrar.

Elas lutaram no passado pelo futuro! Eu, e seus filhos, netos, sobrinhos, amigos e irmãos, filhos da Pátria Mãe, fazemos jus às suas glórias. Somos nós que vamos às ruas. Na Rio Branco, onde lutaram pela repressão. Na Avenida 7 de Setembro, onde nem só de carnaval vivia a Bahia. No vão do MASP, onde colocamos um “presidente” em seu devido lugar.

A gente não precisa de futebol agora. Jogador sabe cantar o resumido Hino que entoam antes das partidas? Nem cantar, nem interpretar. Vide Ronaldo e Pelé!

Cantem! Amem! Exaltem! Tirem do peito, da voz, da alma, das mãos, do passado, do presente e pelo futuro, o Hino Nacional Brasileiro...

Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

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