quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Roberta Miranda comemora 25 anos de carreira do seu jeito


Demorei pra escrever sobre ela, sobre esse álbum de 25 anos. Eu fiquei procurando o que havia de inédito nisso tudo e encontrei, a própria Roberta. Acho ela inédita sempre. Dentro de seu estilo, que espalha do sertanejo e vaza para outros ritmos. Sua irreverência ultrapassa a rigidez do palco e confunde Roberta entre a majestade e o sabiá. Majestade na arte de imperar naquilo que canta. Sabiá por cantar. “Roberta Miranda, 25 anos”, pela Som Livre.

Roberta é daquelas que vai pegando o violão, entre um café e outro, entre um copo e outro, e grava no papel. Borra-lhe com canções próprias. Uma mulher que compõe já é algo poético. O sertanejo é poético, sobretudo quando cantado sem aquele vibrato insuportável que é de qualidade da classe. A Roberta não cabe em nenhuma versão masculina, porque os caras do sertanejo ultrapassam o limite do que é cantar e alcançam-o no grito. Roberta, mesmo na seriedade do olhar, canta e cumpre o seu papel.

Ela não é o destaque supremo da música popular brasileira, mas tem meu respeito. Não só o meu. Roberta coube direitinho dentro de seu estilo e foi comportada em avançar por outros. Colocou no álbum em que comemora os 25 anos uma homenagem a própria vida, a da música. Foi sincera com a própria originalidade. Ficou bonito, um pouco incômodo, mas bom! Incômodo por encarcerar-se num estúdio, mesmo com um gato pingado de público que cabia ali dentro. Mas, não naturaliza a coisa, foge do seu jeito, mas ao mesmo tempo deixa a gente mais íntimo dela, como ela gosta. Colocando o DVD você sente-se ao lado dela. Mas, ainda sim, incomoda-me um pouco. Gosto de cantor do lado de fora, colocando a equipe pra carregar caixa, entrar e sair de avião e encher o palco de câmeras, como grava-se um ao vivo.

Roberta tem um jeito original de cantar, uma dureza que parece resistir a saída da voz, mas sai com uma salpicada de barzinho. Roberta cantou por anos na noite e isso ainda resiste em seu presente.

Neste álbum, Alcione leva seu samba para um gingado tímido de Roberta. Ela não poupa a banda, e cobra-lhes um monte de ritmos. Comemora os 25 anos sem precisar dizer: “sou sertaneja!” Se Roberta fosse só o sertanejo, sem preconceito, eu não a ouviria. Tem gente demais estragando essa classe e eu acabo distanciando-me disso.

Roberta Miranda não precisa de disco barato, de produzir cores em capa pra vender disco. Ela é ela, goste quem gostar. Cafona? Brega? Já ouvir dizerem e acho isso muito chato de dizer, pois quem diz perde consigo mesmo. Quem nunca cantou “Vá com Deus”?... não sabe o que é soltar a voz sem compromisso. “Vá com Deus” está no álbum, como benção de carreira.

Querendo ou não, Roberta é um ícone!

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Angela Ro Ro “Feliz da Vida” de álbum novo


De onde surgiu Ro Ro foi jogada a forma fora, não existe mais o molde de artistas assim. Angela Ro Ro, a pronúncia da boa musica autoral. A repetição da roquidão inconfundível. Ela vem “Feliz da Vida”, assinando o título do novo álbum. Ro Ro, a que preserva um mulherão e um machão no peito. Parece ter preso aos seios um escapulário da divindade musical. Faltam-nos Ro Ro. Ela deveria ser um cartaz, como os de teatro, que enrolam numa sala com a preguiça de sair. O novo CD e DVD tira-nos a saudade de um novo projeto da cantora, mas vem com um defeito, dentre tanta música boa, a capa é um ralho editorial.

Ro Ro é uma das minhas cantoras prediletas, é uma catarse trajada de palco. Ela canta com a garganta, com o estomago, com os músculos e espalha os olhos pelos instrumentos, vai jogando-se meticulosamente no palco e ganha-o.

O álbum começa ocultando a beleza que virá e ela vem nas faixas seguintes. Começa a queimar e esfumaçar uma porção de boas palavras, vai derretendo o peito da gente e corroendo os poros como se a pele resistisse à entrada do som. O som de Ro Ro, que é uma cusparada poética de vida. Ro Ro canta sorrindo, e isso vem tão sensorial no peito da gente que CD e show transitam na mesma corda. Ro Ro é a heresia de tudo! E isso é um tesão, uma delícia.

Ro Ro cruza um xadrez por entre as faixas do disco, e o xeque-mate é dado com a voz de Bethânia. Maria Bethânia, a dona do dom, divide “Fogueira” com Angela Ro Ro, fazendo brasa com o osso de quem ouve, deixando em cinzas os nossos ouvidos. Ouvir “Fogueira” com as duas é entregar-se aos poucos. É uma entrega do corpo. É lindo!

Depois Ro Ro entrega ao mulherio a saliência de Diogo Nogueira num samba bem cadenciado. “Salve Jorge”, que nada tem a ver com o folheto mal escrito de Glória Perez, e tudo tem a ver com a voz co-irmã de Angela e Diogo. Ainda tem o rasgo estético de Ana Carolina, a sapecada malandra de Sandra de Sá e o generoso zumbido de Frejat. Jorge Vercillo faz a contracapa da voz de Ro Ro no mesmo álbum.

Sabemos que jamais devemos julgar o livro pela capa. Isso aplica-se também ao CD. “Feliz da Vida”, de Ro Ro, faz jus a esse ditado. Que pecado cometeram com a cantora de tanta voz. Deram-lhe um álbum feliz da vida e uma capa de total mau gosto. Nem nos tempos de pior tecnologia passava-se pela prensa uma capa tão mal projetada. Parece uma montagem infantil e completamente jogada, sem capricho. Capa é importante, não perde pro conteúdo, mas bom gosto deveria fazer parte das gravadoras que restaram. Parece uma arte esboçada no “paint”. Desculpe-me, Ro Ro, sei que não foi você que desenhou isso, mas no início achei até que fosse brincadeira.
Ro Ro pega poesias e enfia-lhes as cordas. Dá melodia ao texto, é isso! Um pensar, escrituras do cotidiano. Ela hipoteca sua vida em músicas. Vai passando o sexo em letras. É quase que uma TPM e depois o alívio da menstruação, terminando um ciclo. Ro Ro consegue criar histórias em poucas laudas. Não contente em compor, rasga-lhes com um vozeirão. É uma facada, que alivia e depois começa a trepidar as veias do corpo. Isso é a voz de Ro Ro, grosseiramente falando.

O DVD foi gravado no Theatro Net Rio, no berço carioca. No CD, algumas canções foram gravadas em estúdio. Ro Ro valoriza-se com as próprias canções, mas ainda pode mais e deve fazer mais. Sua voz é uma propriedade inviolável e de um gigantismo magnífico.

Ro Ro é um pouco, um pouco bem grande, daquilo que a música tenta reinventar e não consegue.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Neide Boa Sorte, a segunda vida de um ator


Ela aterrissa, impera, espalha-se e vai tomando conta da luz, do cenário, do figurino... de nós. Ela, ou ele. Neide, ou Eduardo. Duas vidas. Dois corações. Uma válvula presa ao ator. Neide é o botão de sobrevida, de uma realidade quântica. Eduardo é o corpo que doa-se à saliência de uma mulher. Torna-se a mulher e rapta-o imediatamente sobre o palco. Neide está de volta, com o mesmo mal humor e um grau mais elevado de humor. “I Love Neide 2, A Viagem” está no Teatro Folha, em São Paulo.

Eduardo Martini é quem vai gestando a experiência de Neide. Pinta-se ao riscado de uma mulher, de uma senhora. Eleva os pés aos saltos e gira-os como quem sobrevive da pirofagia. Detalha-se no palco. Alimenta-se dele. Tortura os tacos do palco com o peso de sua carreira. Sua as poltronas da plateia com a força das risadas. Controla-o como quem usa as veias feito cordas de marionetes. Dirige-se, feito um jovem autodidata.

No texto de Pedro Fabrini, cravejado de denuncias aos comportamentos cotidianos, e sobre os galhos que despretensiosamente penduramo-nos, Martini dedilha sua digital. O texto volta ao tempo, repete falas do passado, mas impõe-se como personagem imprescindível. Neide é uma vida! Tem que ser vivida sempre, daqui em diante. Não da mais pra parar. Neide é a outra vida de Eduardo.

Neide é um abalo sísmico. Um choque de realidade. É o reflexo de gargalhadas rasgadas, que quase desintegram mandíbulas. O Eduardo é o que vem antes e depois de Neide. Quem é o ator, Neide ou Eduardo? São duas pessoas, que vivem paralelamente. Neide é essa válvula de descarga do ator. É o grito entalado no homem. É a intolerância que todo mundo adoraria ter.

Lembro-me de tantas vezes assisti-los, Neide e Eduardo, que ouso separá-los. Tratá-los como dois, mesmo utilizados por um. Um precisa dar licença ao outro para existir. Usam o mesmo sangue, a mesma corrente, o mesmo número de calçado. Sempre são minhas mais brutais gargalhadas, as mais frouxas e recorrentes. Saem de segundo a segundo.

Nesta versão de espetáculo Eduardo equipa o jogo cênico com um cetro bem imposto. Diego Mejía, um ator cheio de dança, cheio de personagens. Ele reveste Neide de mais humor. O cara é bom, bem bom! 

Neide da uma volta ao mundo, após participar de um reality show. Inunda o texto de sátiras e a plateia de risadas. Vaza o texto para o público e torna-o mais dinâmico, solto de convenções e disciplina. Imagine uma volta ao mundo, onde toda a futilidade é escrachada, mentiras são desmistificadas e verdades incrementadas! Uma mulher desbocada é presa no Afeganistão! É esse o espetáculo.
O figurino é de Adriana Hitomi, que comete um desfile no palco. Torna um homem ainda mais mulher. E brincam, como na famosa comissão de frente da Unidos da Tijuca. Neide é a irreverente e agora ilusionista!

Viviane Alfano, uma aposta íntegra, assina a assistência de direção e as coreografias. Claro, Neide não fica parada sobre o salto, e Diego risca o chão com a ponta dos sapatos. Viviane espalha-se no palco e na cabine, onde julga a própria arte com os olhos. A trilha de Herbert Azzul dá o ritmo, o tom. Azzul deixa a coisa ainda mais azul.

O desenho de luz é de Yara Leite, ora impecável, ora perdido. Entre cores e cenas, falta um certo compasso, um acerto. A fumacinha que direciona a luz vem soprada de um lado só e acaba não atingindo o objetivo do desenho da luz. Enfim, algo que vai se acertando.

Há alguns anos eu os conheci, Neide, depois o Eduardo. Fui conhecendo ainda mais do que os dois, vários seres dentro do Eduardo. Quando entendi-me na crítica passei a entender ainda mais a Neide que há dentro de Martini. Aí então, ele chamava-me de “filho da Neide”, pela fala afiada e a maneira de jogar a verdade como quem joga a bola.

Eduardo vive a Neide... leva o palco pras ruas. O teatro pro seu cotidiano. Ele vive o teatro no cotidiano. Anda pelas ruas como se andasse de mãos dadas com Neide, tudo o que vê lembra-se dela, como se fosse a filha querida, a saudosa. Compra-lhe colares, tecidos, roupas, bolsas, sapatos, condecorando sua criação mais livre, audaciosa e incrível. Ele veste a Neide enquanto reveste o peito. E vestir não refere-se apenas à roupa.

Eduardo me emocionou com seu humor! Sorrir, muitas vezes, é questão de correr lágrimas.

“I Love Neide 2, A Viagem” está em cartaz no Teatro Folha, até o dia 19 de setembro. O Teatro fica no Shopping Pátio Higienópolis e foi belamente reformado. O espetáculo acontece às quartas e quintas, 21h. Os ingressos variam entre R$ 40,00 e R$ 50,00.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Filipe Catto entre cabelos, olhos e furacões


Um rapaz, que logo de cara parece indefeso. Mas, deixa escapar, sobretudo pelos olhos, sua veia interpretativa. Indefeso, até atirar com a voz. Com o rasgo ao silêncio e as grossuras em timbre de contratenor. Filipe Catto lança “Entre Cabelos, Olhos & Furacões”, que foi gravado no Auditório do Ibirapuera, sem economia de atuação e voz.

Terei que usar rompantes textuais, dedilhar pelo texto as cordas que intitulam o álbum de Catto. Em aspas caberão algo do que ouve-se, sente-se e inunda. Passa feito vento que surte no ouvido e seca a boca. Pasmificando e fazendo sortilégio com o coração. 

Catto veio lapidando-se pelas trilhas já consagradas e sapecou novidades cavalgadas numa voz que pode ser comparada com outras, sagradas, mas em um olhar único. Dançando o sangue por dentro do próprio corpo, que nem precisaria mover-se no palco. Mas, ainda sim, move-se! Catto faz-se único quando engole o palco.

O álbum, que já está à venda traz dezoito faixas, uma delas gravada em estúdio e as outras ao vivo.

Cada canção é um capítulo, é a terminação de uma ênfase. “Saga” é um tiro de dardo embriagado no peito. “Roupa do Corpo” é o ápice atingido pela delicada voz de Catto, um sambinha tipicamente contemporâneo e cheio da brilhantina do passado. “Eu te amo (And I Love Her)” é coisa de trilha de filme, de rádio... dá até saudade do que passou. Catto, com sua voz, leva-nos a um hipnotismo neste instante, a uma viagem retrógrada.

E não fica por aí, “Adoração” é uma adoração. A voz auto-adora. “Ave de Prata”, de Zé Ramalho, é uma composição poética, tornando lúdica a palavra e tácita a voz de Catto, que parece cair e espalhar-se em nossas mãos. É ela que dá título ao álbum. “A Sorte é Cega” tem um violão e uma levada contemplativa, suave e quase interiorana. Feito uma modinha.
“20 e Poucos Anos” é Catto... é um autorretrato composto há anos. Filipe Catto é mais que os seus vinte e poucos anos, sem dúvidas. “Mergulho” é de fato um mergulho, mas em uma certa monotonia, que acaba desagradando em instrumentação e voz, por prolongar-se em pouca variação. “Johnny, Jack & Jameson” é uma trinca de uísques, de fato. Catto canta acompanhado de Bluebell, que feito a flor vai desmanchando-se em voz e fertilizando o vocal de Filipe. É um número cheio de música.

Catto “é muito mais do que muito”. Expressões como “vagalume no mar”, ou “mar que se acaba na areia”... dão a profundidade desse álbum. Acende-se por onde não passa energia e dá tempo ao seco tomar-se do molhado. “É muito mais do que mata”, trucida, joga-nos à esquerda. Tonteia e derruba. Poeticamente, claro, e belo. “Mais do que bicho quando quer procriar”, é um incesto irresoluto entre a voz e corpo que estende-se à luz do palco. “Como é o silêncio?”, pode ser a pergunta que grita junto a voz do jovem Catto, que faz inútil o silêncio em sua presença.

As licenças poéticas utilizadas entre aspas, no parágrafo acima, acompanham o título do álbum, que transcende ao próprio criador.

“Entre cabelos, olhos e furacões” e nada mais!

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Billy Elliot traz a Broadway para São Paulo


Imaginem ver o quadro “Mona Lisa”, de Leonardo da Vinci em uma réplica! Imaginem ver o quadro de da Vinci no Louvre, a obra original! É quase a mesma sensação, aquela de estar dobrado ao criador. Aos fatos reais. Mas, Billy Elliot, que nada tem a ver com Mona Lisa e da Vinci, é ainda mais. Billy Elliot é o movimento do sonho, as cores e a voz. É um musical que não nos permite colocar defeitos, e faz-nos cometer a indelicadeza de deixar elementos de fora. São tantos, que fica difícil organizá-los num só texto.

Tomar um avião em direção a Broadway é como cumprir o desejo de qualquer amante da arte musical, é gozar de uma das mais belas vertentes do teatro e da música. Um musical é o casamento perfeito de duas artes, é a fusão de duas paixões mundiais. Inegáveis. Dessa vez, o avião veio pra cá trazendo o elenco original, tudo em inglês, como a gente tanto sonhou em ver aqui. Billy Elliot vem na pele inglesa, sob a direção de Stephen Daldry e músicas de Elton John.

O livro de Lee Hall é inspirado numa história... ou melhor, em inúmeras histórias. Billy Elliot descobre a vocação pela dança, e substituí as aulas de boxe pelo balé. Para desenvolver sua aptidão, precisa da aprovação do pai, um homem machista. Naquele período, a Inglaterra cravava uma onda de greve contra o governo de Margaret Thatcher. Este pai, minerador e grevista vê-se entre o sonho do filho e a honra aos operários da greve. Por esse norte, caminha o espetáculo, a descoberta de um sonho e os percalços de sua realização.

Um homem bailarino também dança em volta dos preconceitos, como se o balé fosse propriedade feminina. Billy encontra-se cercado por esse tipo de “bullying”.

O espetáculo da iluminação de Rick Fisher é um musical à parte, impressionante, como a guitarra que adentra a orquestra para fazer trilha a um número de balé. Assistir àquele rapazinho, de tão pouca idade, suportar dois atos sob as pontas dos pés é no mínimo sublime.

Movimentar uma vila, utilizar muros, portas e chão, como se fosse um corpo cheio de curvas e elástico é a proposta do cenário intrigante e habilidosamente arquitetado por lan MacNeil.
Mitchell Tobin representava Billy quando assisti. O garoto reencarnava a Broadway com todos os atributos de um gigante ator.

A sensação de entender um musical à parte das legendas é reconhecer a maestria de sua direção e a musicalidade impecável das letras, da orquestra e dos intérpretes. Nós, os brasileiros, não estamos devendo nada para a Broadway. Mas, vê-la em nosso território é mágico. É belo!

Dentro de um figurino atípico para um bailarino, o pequeno rapaz desenvolve passos envoltos em disciplina e com a rigidez exigida pela dança. O caráter pueril do jovem permanece intacto em todo o espetáculo e isso torna-o ainda mais belo. Não contentes em esbanjar jazz e balé, sapecam números de sapateado retumbando pelo nosso corpo as batidas dos pés de várias idades sobre o palco.

“Billy Elliot” é encantador. Desce por entre a plateia, junta-se a um grupo imenso de atores no palco, reúne-se ao som da exorbitante orquestra, banha-se de uma luz irreparável e torna-se um musical sem tamanho, ilimitado, magnífico.

“Billy Elliot” revira nossas estruturas, respinga no coração e sai inflando pelos olhos.

O musical fica apenas até o dia 18 em São Paulo, no Credicard Hall. Realizado pela Time For Fun.